Turismo Cultural

Tomando em consideração a vasta herança cultural e os bens intangíveis do País, há numerosas oportunidades de incrementar mais o crescimento da cultura e turismo, especificamente pela inclusão intencional e desenvolvimento do turismo cultural que infelizmente, ainda não é muito entendido pela larga maioria dos moçambicanos e suficientemente incorporado nas políticas e estratégias específicas que possam melhorar as intervenções de desenvolvimento.

É do conhecimento geral, que o País tem grande potencial no turismo cultural e pode, sem sombra de dúvidas, esta área, incrementar a geração de renda, o acesso a uma melhor qualidade de vida, diminuir as desigualdades do género na posse de melhores oportunidades, promover diálogo dos turistas com as comunidades e entre as comunidades para o desenvolvimento, valotização e respeito das diferentes culturas para a coexistência pacífica

Temos que continuar a valorizar a chave do sucesso no turismo, o homem, tornando-o cada vez mais profissional, através de um processo de educação e treinamento; temos que desenvolver infraestruturas de qualidade; temos que transmitir ao exterior a imagem de tranquilidade, abertura, hospitalidade, e de boa qualidade de serviços.

Na verdade, o turismo em Moçambique ainda não deu nem de longe o que tem a dar aos moçambicanos e seremos nós e mais ninguém, a criar mecanismos de transformar o potencial e as oportunidades que o turismo nos dá em rendimentos concretos.

Na verdade a parte sul do País possui o maior investimento no turismo, mas o Norte tem igualmente um rico potencial para atrair turistas nacionais e internacionais, por isso, precisamos promover muito mais esta região, sobretudo na vertente cultural.

Segundo a Organização Mundial do Turismo, turista é toda a pessoa que se desloca para fora da sua residência habitual por uma duração superior a 24 horas e inferior a seis meses e cujos motivos da viagem são de lazer, manifestações ou atracções culturais, naturais e/ou históricos, entretenimentos, razões familiares, profissionais, religiosos, experiências culturais, dentre outras. E o turista pode ser nacional, regional ou internacional, dependendo da sua origem.

Neste grupo temos os turistas culturais que é um segmento de turistas que normalmente procura experiências mais profundas de outros povos e lugares, não simplesmente na herança cultural tangível do passado, mas também produtos ou práticas intangíveis tradicionais e contemporâneos que engloba a cultura das populações incluindo a sua historia, práticas tradicionais, dança, música, artesanato, arquitectura, crenças religiosas, gastronomia, etc.

Este tipo de turismo ocorre normalmente em cidades históricas e em locais com monumentos arquitectónicos com grande representatividade cultural. Inclui também museus e teatros, bem como uma amostra das tradições das comunidades indígenas, como é ocaso dos festivais e rituais.

O turismo de lazer, a procura de ambiente tropical, nomeadamente as praias, a fauna bravia, a cultura e o turismo de negócios, são segmentos que continuam e continuarão por muito tempo a dominar as motivações de viagens para os destinos turísticos dos países em vias de desenvolvimento, como é o caso do nosso país.

Moçambique é vizinho da África do Sul, país que neste momento regista, em África, números recordes de chegadas internacionais e crescimento significativo dos postos de emprego no turismo. Parte destes visitantes que vão a África do Sul podem ser estimulados a deslocar-se a Moçambique para vivenciar a nossa riquíssima cultura; o custo, tanto em tempo como financeiro, seria mais atractivo, dependendo da nossa capacidade de apresentação de uma oferta com o binómio, qualidade e preço aceitáveis, podemos também capitalizar as iniciativas de desenvolvimento espacial, e os parques transfronteiriços onde temos condições naturais de combinação de destinos regionais.

Diga-se, em abono da verdade que o turismo apresenta boas perspectivas no país. O grande segredo foi o facto do Governo ter erguido o edifício turismo, criando uma consciência nacional sobre a sua importância, produzindo uma política e estratégia para a sua aplicação, à aprovação pela Assembleia de República da Lei do Turismo, lei que incorpora tanto as melhores práticas internacionais como a agenda nacional nas várias matérias: de organização do sector; papel dos vários intervenientes; sector público, sector privado, as comunidades, o consumidor, o provedor de serviços;  e, incorporam-se inclusivé questões de ética e comandos de defesa contra crimes de abuso a menores.

Rafael Nambal

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