Turismo em África
As autoridades de turismo da África do Sul fazem de tudo para minimizar a imagem dramática que os efeitos da falta de água está a causa e que até certo ponto está a beliscar o desempenho do sector no país em geral, e, particularmente, na região do Cabo.
Falando expressamente ao Correio da manhã sobre esta situação, o director executivo do Ministério do Turismo da África do Sul, Sisa Ntshona, garantiu que esforços estão em marcha para sacudir a seca que está a afectar, também, a icónica região da Cidade do Cabo.
“Acerca da ausência de água que actualmente afecta o Cabo Oeste, incluindo a icónica Cidade do Cabo e particularmente a indústria do turismo, estamos a assumir o controlo da situação e tudo indica que podemos voltar à normalidade na forma de fazer turismo de modo sustentável e responsável”, frisou Sisa Ntshona.
O responsável sul-africano deixou transparecer a ideia de que os oficiais do seu sector pretendem aproveitar a edição do INDABA sobre o turismo deste 2018, que vai decorrer entre os dias 8 e 10 de Maio, para esbater os estragos que a seca causou à imagem do país, em geral, e da Cidade do Cabo, em particular.
Este ano, o Africa’s Travel INDABA, a decorrer, como sempre, no Centro de Convenções Inkosi Alberto Luthuli, na cidade portuária de Durban, em KwaZulu-Natal, estará focado nas histórias que inspiraram o negócio africano na esfera do turismo e a classe mundial turística que caracteriza a África do Sul, conforme afiançou Sisa Ntshona.
“Nesta edição de 2018 levamos como lema Africa’s Stories, Your Success e esperamos atingir o sucesso que tem caracterizado este evento nos últimos 37 anos”, sublinhou o nosso interlocutor.
“Estamos muito satisfeitos por passarmos para 2018 com as energias renovadas e o foco na expansão do Africa’s Travel Indaba. Este novo posicionamento confirma que o evento pertence a toda a indústria de turismo africano e com as suas atitudes está continuamente a estimular o turismo e o desenvolvimento inclusivo da economia no nosso continente”, acrescentou.
As autoridades de turismo da África do Sul contam, neste esforço de promoção do Turismo, com o empenhamento pessoal do novo Chefe de Estado, Ciryl Ramaphosa, que em quase todas as intervenções públicas que tem feito desde que assumiu a liderança do país fez referências sublinhadas da intenção do seu governo em tornar cada vez mais vibrante a indústria turística do país.
Em 2017 cerca de 7000 representantes de todo o mundo acorreram ao INDABA sobre o turismo em Durban, evento que contou com mais de 1000 expositores de 18 países de África, incluindo Moçambique, que impulsionaram negócios de quase 1500 compradores locais e internacionais, sob a cobertura de aproximadamente 700 jornalistas.
No certame de 2017, recordou Ntshona, ocorreram mais de 20 mil reuniões de diversos níveis envolvendo operadores turísticos, o que representou um incremento de actividades similares realizadas na edição de 2016 em 47%.
“Isto indica que os empresários têm tido a possibilidade de expandir os seus negócios através da participação na Africa’s Travel Indaba, através da plataforma online que consegue associar a demanda dos compradores à oferta dos expositores. Esta plataforma poupa tempo e torna o processo de intercâmbio mais efectivo, onde as redes de intercâmbio são expandidas e negócios são assinados”, avaliou.
“Para este ano, o local escolhido para acolher o memorável evento será o nosso pavilhão Hidden Gems, que irá novamente exibir a sua excelência e requinte dentre as maravilhas turísticas das nove províncias sul-africanas. Estes negócios podem ser de pequena escala, mas são autênticos e proporcionam inesquecíveis experiências de viagem”, prosseguiu.
As acções de promoção do turismo na África do Sul, que em 2017 consumiram a maior fatia (53%) do orçamento total do sector, 1,1 bilião de randes (5,5 mil milhões de meticais), multiplicam-se neste país que esta semana acolheu a edição deste ano do East3Route em Mbombela (Nelspruit), na província de Mpumalanga, na sua nova versão. As acções de promoção do turismo na África do Sul, que em 2017 consumiram a maior fatia (53%), do orcamento total do sector 1.1 bilião de randes (5.5 mil milhões de meticais), multiplicam-se neste país que esta semana acolheu a edição deste ano do East3Route em Mbombela (Nelspruit), na província de Mpumalanga, na sua nova versão. O oecamento aprovado esta terca-feira preve um incremento de oito por cento (ZAR 1.23 bilião) para este 2018.
A edição deste 2018 do East3Route – que escala de cada vez um só país que simultaneamente hospeda o respectivo seminário de investimentos no sector – contou com a presença de representantes de 14 países.
No evento, que decrreu entre os dias 19 e 23 deste Fevereiro, foram amplamente expostas/promovidas as potencialidades turísticas de Moçambique, África do Sul e Suazilândia.
Palestina, Brasil, Malaui, Tanzânia, Mali, Tunísia, Etiópia, Sri Lanka, Maurícias, Zâmbia, República Democrática do Congo e Guiné Equatorial foram outros países presentes no evento de Mbombela, no qual se destacou a ausência das Seychelles, membro efectivo do East3Route desde 2014.
Oficialmente, não foi justificada a ausência das Seychelles mas uma fonte envolvida na preparação desta edição afiançou ao Correio da manhã que os responsáveis do turismo daquele arquipélago rematado na costa do Oceano Índico alegaram “falta de condições” não especificadas para não viajar para Mbombela.
Moçambique, juntamente com a África do Sul, Quénia, Nigéria, Tanzânia, Camarões e Maurícias integram o privilegiado grupo de sete países africanos tidos como destinos mais exóticos de África e que este ano partem com um potencial estimado de receber cerca de 18 milhões de turistas, no seu conjunto.
REFINALDO CHILENGUE, em Mbombala
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 23 de Fevereiro 2018.
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