UE: Matavele/Eleições

UE – A missão de observação da União Europeia às eleições gerais de Outubro de 2019 em Moçambique apelou hoje às autoridades moçambicanas para que o homicídio de Anastácio Matavele, um observador eleitoral, não fique impune, considerando o caso “gravíssimo”.

“Creio que é importante que se saiba que, do ponto de vista político e psicológico, as eleições só serão consideradas encerradas, se se considerar que não houve impunidade no caso gravíssimo do colega observador” que foi assassinado, afirmou o chefe da missão.

Sánchez Amor, eurodeputado, pronunciou-se sobre o homicídio de Anastácio Matavele, do grupo de observação eleitoral moçambicano Sala da Paz, quando apresentava em Maputo o relatório final da missão de observação eleitoral da UE.

O caso do homicídio de Anastácio Matavele, prosseguiu, teve eco no noticiário internacional, porque se tratava de um observador eleitoral, sendo seguido pela opinião pública.

“Falou-se muito pouco na Europa das eleições moçambicanas, mas o caso Matavele foi notícia em todo o mundo”, referiu o chefe da missão de observação eleitoral da UE.

O crime, continuou, coloca o imperativo de as autoridades moçambicanas garantirem uma atmosfera de segurança para o exercício dos direitos eleitorais para todos os cidadãos.

Anastácio Matavele, dirigente do grupo de observação eleitoral da Sala da Paz, foi baleado no dia 07 de Outubro na via pública, em Gaza (Sul do país), em pleno dia, uma semana antes das eleições gerais de 15 Outubro em Moçambique.

Em Novembro, o Ministério Público acusou oito arguidos pelo crime, incluindo cinco agentes da polícia que se envolveram num violento acidente com a viatura em que fugiam do local do crime.

Dois deles morreram no sinistro, mas os outros três (dois detidos, um outro alegadamente foragido) foram promovidos na carreira no final do ano, decisão contestada por diversas organizações e que a polícia disse, entretanto, ter revogado.

O homicídio de Anastácio Matavele provocou repúdio e condenação em Moçambique e fora do país, por se tratar de um ativista da sociedade civil envolvido na observação eleitoral e que morreu durante a campanha para as eleições, numa província conhecida pela intolerância política contra opositores do partido Frelimo, no poder em Moçambique desde que o país conquistou a sua independência em Junho de 1975.

(Correio da manhã de Moçambique)

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