Vulgariza-se a mortandade
Aparentemente o desfile de cadáveres em Moçambique não tem fim à vista, a avaliar pela macabra performance dos “esquadrões da morte” (Cm N.º 4939, págs. 1,2 e 3) sem rosto.
Fora as incontáveis vítimas diárias que definham diariamente e sem direito a ser objecto de notícia por este Moçambique vasto, depois da morte de dois responsáveis políticos ligados ao partido Frelimo em Dondo, na província central de Sofala, sábado passado, aproximadamente 24 horas volvidas, era assassinado o chefe da bancada parlamentar da Renamo na Assembleia Provincial naquele território.
Segundo a Polícia, Arão Chiguemane e António Macurreia, secretários de círculo do partido Frelimo, foram raptados nas suas residências e, de seguida, mortos a tiros “por elementos armados da Renamo”, que feriram igualmente Bernardo Gimo, com as mesmas funções políticasnaquela província.
Daniel Macuácua, porta-voz oficial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, disse esta segunda-feira que o empresário Juma Ramos, à data da sua morte chefe da bancada da Renamo na Assembleia Provincial de Sofala, foi abatido a tiros “por indivíduos desconhecidos ainda à monte”.
As exéquias de Juma Ramos decorreram esta segunda-feira no Cemitério de Santa Isabel, na capial provincial de Sofala, caracterizadas por uma impressionante moldura humana.
Macuácha referiu que a Polícia da República de Moçambique se desdobra em esforços para localizar, idenficar e responsabilizar os autores do crime.
Ao que o Correio da manhã apurou de fontes da Renamo, Juma Ramos foi baleado na zona de Palmeiras-2, na cidade da Beira, momentos depois de participar numa cerimónia religiosa conhecida por sualatul inshâ entre os seguidores da religião muçulmana.
Como de costume, depois seguiu o coro de “lamentações” e “condenações”, acompanhadas de “lágrimas de crocodilo” perante os corpos dos finados.
REDACÇÃO