Vamos trabalhar!

Vamos trabalhar é a palavra de ordem eleita pelo futuro Presidente da República de Moçambique, a entrar em funções a partir de Fevereiro de 2025.

Sim, estou a falar do senhor Daniel Francisco Chapo, que será formalmente investido para essas funções em Fevereiro de 2025. Já passei da idade de hipocrisias e não tenho a menor dúvida de que ele será proclamado vencedor das eleições presidenciais de 9 de Outubro deste 2024. Neste pleito eleitoral a dúvida é apenas sobre quem ficará no segundo, terceiro e quarto lugares.

Chapo escolheu a palavra Vamos trabalhar e seria bom que depois de assumir as rédeas deste Moçambique desse efectivamente ordens e tomasse atitudes concretas para tal e não deixasse as coisas permanecerem nas burocracias excessivas que só irritam e ocupam desnecessariamente quem pretende trabalhar, de facto.

Digo isto porque enquanto os malandros passeiam a sua classe em diversas esferas, sem constrangimentos, os empreendedores honestos afectos ao sector produtivo estão, constantemente, a ser dificultados de exercer as suas actividades rentáveis para, amiúde, irem encostar a barriga num balcão de uma entidade qualquer apenas para satisfazer caprichos de burocratas improdutivos que empanturram numerosas repartições da Função Pública.

Alguns exemplos de desnecessidades burocráticas que apenas chateiam quem pretende trabalhar formalmente e que com tanta burocracia chega a pensar em emigrar para o informal:

– Qual é a utilidade real de mandar actualizar constantemente a Certidão de uma empresa na Conservatória do Registo de Entidades Legais?

Um pormenor da campanha eleitoral do partido Frelimo e seu candidato, Chapo

– Por que os burocratas da Conservatória do Registo de Entidades Legais exigem, sempre que se pretende actualizar a maldita Certidão, que a firma redija e entregue em flash drive, em word, o conteúdo integral do Boletim da República (BR) referente ao primeiro registo da empresa e não a cópia daquele que é igualmente conhecido como “jornal oficial do Governo”, vulgo BR. Terá o conteúdo redigido por um pobre mortal mais credibilidade do que a cópia do BR produzido pela Imprensa Nacional?

– Por que os burocratas das diversas repartições e instituições apenas dão credibilidade ao Bilhete de Identidade (BI), em detrimento dos restantes documentos oficiais (Passaporte, Carta de Condução, Cartão de Recenseamento Eleitoral, Carta de Desmobilização, por exemplo) na tramitação de expedientes diversos?

Será o BI o único documento imaculado?

Se os outros são suspeitos, porquê, então, são aceites para efeitos de votação? Será que a eleição de um Presidente da República, de um deputado à Assembleia da República e/ou da assembleia provincial é a mais rélis do que levantar 50 meticais num banco? Só para dar um exemplo.

E as excessivas mudanças de requisitos dos bancos comerciais!!! Agora estamos no modo NUIB!!! Já perdi a conta de números únicos que tenho. Afinal o que é NÚMERO ÚNICO MESMO? Pensei que NÚMERO ÚNICO FOSSE NÚMERO ÚNICO! Os cidadãos de Moçambique têm muitos números únicos! Julguei que fosse desmiolado aquele que um dia chamou este espaço territorial de “país do pandza”. Afinal tinha motivos fundados.

Há-de ser por estas e outras razões que muitos preferem serviços financeiros móveis – moeda electrónica –, em vez de abrir contas bancárias.

Sabe o senhor Chapo da paciência com que tem de se armar o estafeta quando tem de ir pagar impostos ou taxas nas respectivas repartições? É um exercício de um verdadeiro candidato a Prémio Nobel de Paciência!

Estas – poucas aqui enumeradas – palhaçadas que bloqueiam os empresários e seus colaboradores não podem ser corrigidas para colocarmos mãos à obra na construção deste Moçambique?

Senhor Daniel Chapo, favor honrar o seu lema nesta campanha eleitoral logo que assumir o poder, eliminando e/ou corrigindo estas brutalidades que só servem para alimentar oportunistas corruptos que campeiam em diversos sectores somente para criar dificuldades a quem com os seus impostos alimenta a máquina administrativa do Estado, não raras vezes sem retorno.

Vamos trabalhar, de verdade, senhor Presidente Daniel Francisco Chapo, apesar de que o slogan em termos de criatividade é bestialmente paupérrimo!

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 20 de Setembro de 2024, na rubrica TIKU 15.

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