Venâncio Mondlane [de novo] “manda passear” MDM

A denúncia é do actual líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), deletando algo que cheira a “narcisismo” por parte de Venâncio António Bila Mondlane, que, muito recentemente, apelou à formação de uma “frente comum” da oposição para derrotar o regime da Frelimo no poder no país há aproximadamente 50 anos.

Em entrevista ao jornal Redactor, o presidente do MDM, Lutero Chimbirombiro Simango, diz que, “não obstante o carácter dele”, a liderança do seu partido chegou a “fechar os olhos” ao passado recente de Mondlane no partido que dirige e, antes da formalização das inscrições para as eleições de 9 de Outubro próximo, ensaiou uma aproximação ao vulgo VM7.

Importa referir que a porta de entrada de Venâncio Mondlane para a política activa foi o MDM, em 2013, partido do qual se apartou depois de começar um “namoro” com a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) à qual posteriormente aderiu e teve subidas meteóricas no seu seio.

Desinteligências com a cúpula da Renamo, depois das problemáticas eleições autárquicas de Outubro de 2023, precipitaram a saída de Venâncio Mondlane do actual maior partido na oposição.

A seguir a isto circularam informações de que Venâncio Mondlane estaria a preparar a criação de um partido que se chamaria Revolução Democrática de Moçambique (RDM), empreitada que aparentemente não foi por aí além.

Sem sucesso, Mondlane tentaria mais tarde um entendimento com a Renam Democrática (RD), um grupo liderado por Vitano Caetano Singano e maioritariamente composto por dissidentes da Renamo presidida por Ossufo Momade.

Foi depois deste desaire que, para suportar a sua corrida às eleições presidenciais, Venâncio Mondlane se juntou à CAD, um grupo de minúsculos partidos políticos extraparlamentares, mas que rapidamente mereceu simpatias de muitas pessoas, maioritariamente jovens.  

“Antes de depositarmos as nossas listas quer ao nível das eleições presidenciais assim como nas legislativas e provinciais, tive o cuidado de mandar alguém para ir ter com ele para sentarmos e conversar e ele simplesmente nos mandou passear”, revela Lutero Simango.

Redactor: Qual era o propósito da conversa?

Lutero Simango: Era para vermos o que podíamos fazer. Como ele estava a ter problemas com a Renamo e aparentava estar isolado a ideia era puxarmos a ele e chegarmos a um entendimento. Estávamos dispostos a acomodar pessoas mais próximas dele, mas simplesmente mandou-nos passear.

Redactor: Qual foi a alegação dele?

Lutero Simango: Simplesmente mandou-nos passear.

Redactor: Estavam dispostos a perdoar o passado?

Lutero Simango: Sim. Mesmo conhecendo o carácter dele e sem esquecer os estragos que causou ao nosso partido quando saiu de forma deselegante. A ideia era mesmo perdoar o passado e chegarmos a um entendimento em prol de Moçambique, mas simplesmente mandou-nos passear… agora como a casa [Coligação Aliança Democrática – CAD ] desabou faz esses apelos de frente comum na media e nas redes sociais. Mas agora é demasiado tarde e o MDM não se pode envolver com um grupo de partidos [CAD] que não sabe qual é a sua visão.

Redactor: Com o Venâncio como tal, como pessoa, ainda vão a tempo para um entendimento?

Lutero Simango: Nem com o Venâncio já não vamos a tempo. Os boletins eleitorais já estão a ser impressos. Ademais, as decisões do MDM são tomadas em fórum próprio. Nós já definimos em sede próprio como e com quem vamos concorrer. Para alterar isto aqui significa que temos de convocar os órgãos do partido e isso tem prazos, de acordo com os nossos estatutos. Isso não se faz de pé para a mão. Nós, como organização, não vamos parar só para negociar com uma pessoa que ainda por cima quer nos impor as regras do jogo. Infelizmente, muitas pessoas que dizem que seguem a política não entendem o básico. Para nós, a CAD não é um partido, é uma coligação, com os problemas que tem. Os que dizem que são membros da CAD nem são membros de nenhum dos partidos integrantes dessa coligação.

Convidado pelo Redactor a comentar estas matérias, Venâncio Mondlane pura e simplesmente ignorou as nossas perguntas.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 12 de Agosto de 2024.

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