Vénia a Nyusi

Vénia a Nyusi – Os moçambicanos, os ditos “patrões”, podem se gabar do “empregado” que têm – Filipe Jacinto Nyusi. O homem é deveras astuto e se falássemos “futebolisticamente” diríamos que “ele é bom de bola. Sabe driblar a tudo e todos”. Vénia ao homem!

Porque a Constituição da República de Moçambique (CRM) assim o confere, nos últimos tempos, volta e meia o Chefe de Estado mexe com o seu Gabinete, mexidas que nem sempre colhem consenso, como é óbvio, nesta sociedade já com uma pronunciada capacidade de crítica.

Uns aplausos sobre uma, uma crítica sobre outra, indiferença sobre aqueloutra, e por aí além.

Todavia, todos parece terem aplaudido a exoneração, esta semana, de José Pacheco do cargo de ministro da Agricultura e Segurança Alimentar.

Razões para essa reacção são numerosas, a destacar: permanecem frescas nas mentes de muitos moçambicanos o facto de em algum momento Pacheco, o José Condugua António, ter apelidado os revoltosos contra a carestia da vida no país de “vândalos”, as alegadas ligações que tem com os “irmãos chineses” e do seu desempenho quando chefiava a delegação do Governo nas reuniões com os elementos da RENAMO na busca da pacificação de Moçambique.

Alguns até alvitraram a possibilidade de ter chegado o momento para JCP responder em alguns fóruns, tais como o Gabinete Central de Combate contra a Corrupção e/ou afins. As redes sociais fizeram furor sobre o assunto. Nos cafés as cavaqueiras não eram diferentes.

Engano colectivo. Filipe Jacinto Nyusi, no uso das suas competências constitucionais e conhecendo bem as virtudes e competências dos cerca de 27 milhões de moçambicanos que governa, fez uso discricionário desses poderes e achou por bem que o nosso concidadão José Condugua António Pacheco, 59 anos de idade, era o filho que Moçambique até agora gerou, por enquanto capaz de o representar em diferentes ambientes, com maior destaque junto da comunidade internacional – chefiar a diplomacia moçambicana.

Por esta e outras decisões apenas nos resta endereçar as nossas vénias ao Presidente Filipe Jacinto Nyusi e suas sábias e doutas decisões!

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição do dia 15 de Dezembro de 2017, na versão PDF do jornal Correio da manhã na rubrica semanal TIKU 15!

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