Vice-ministro exonerado

O Presidente moçambicano, Filipe Jacinto  Nyusi, exonerou o Vice-ministro do Interior, José dos Santos Coimbra, avança um comunicado da Presidência da República enviado hoje ao Correio da manhã.

Os motivos para a exoneração não são conhecidos nem o nome do substituto de José dos Santos Coimbra.

A saída ocorre um dia depois de o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, ter anunciado uma trégua de sessenta dias, após uma conversa telefónica com Filipe Nyusi.

O novo prazo segue-se a uma primeira trégua de uma semana, que expirou hoje, e durante a qual a polícia moçambicana disse não ter registo de incidentes, apesar de declarações em sentido contrário de Dhlakama, que, na terça-feira, se referiu a “pequenas provocações”.

Entre os casos que apontou, o líder da Renamo mencionou a manutenção das escoltas militares obrigatórias nas principais estradas do país, quando “já não há ataques”.

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, disse na terça-feira que as escoltas foram levantadas no dia 28 de Dezembro, um dia depois do anúncio da primeira trégua, embora relatos no terreno indiquem que só foram desactivadas mais tarde.

Em declarações hoje à Agência de Informação de Moçambique, a porta-voz da PRM na província de Manica, Elsídia Filipe, afirmou que as escoltas só foram terminadas hoje de manhã no troço da Estrada Nacional Sete (EN7) entre Vanduzi e Changara.

O centro e norte de Moçambique estão a ser assolados há mais de um ano pela violência militar, na sequência da recusa da Renamo em aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, exigindo governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

Vários ataques a alvos militares e civis e emboscadas nas estradas do centro do país foram atribuídos à Renamo, que por sua vez acusa as Forças de Defesa e Segurança de operações na região da Gorongosa, onde se encontra Dhlakama.

O ano de 2016 foi ainda marcado por acusações mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos e que continuam por esclarecer.

Redacção

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