Zimbabweano morto
Zimbabweano morto esta quinta-feira à noite em Diepsloot, Norte da cidade de Joanesburgo, no âmbito da violência xenófoba animada pela “Operação Dudula”, encabeçada por Nhlanhla ‘Lux’ Dlamini e que também já prejudicou muitos moçambicanos.
O facto está a ganhar repercussão e se receia que nos próximos dias possa se agravar e/ou alastrar para novas localidades da República da África do Sul.
Numa tentativa de apaziguar o ambiente, esta sexta-feira os Ministros da Polícia, Bheki Cele, e do Interior, Aaron Motsoaledi, deslocam-se ao local dos factos, conforme apurou o jornal Redactor.
Mesmo com uma intervenção policial mais musculada na quarta-feira (06 de Abril), para dispersar os residentes revoltados de Diepsloot e mesmo com o reforço do comando local, em meios humanos e materiais, não foi possível evitar a morte do cidadão zimbabweano.
Daniel Sitoe, moçambicano residente em Diepsloot, contou ao Redactor que “por volta das 22h30 um grupo de sul-africanos que dizia estar a patrulhar a zona invadiu a casa do zimbabweano e exigiu documentos. Como não os tivesse, o zimbabweano saiu a correr. Foi perseguido, batido e queimado”
Este assassinato bárbaro, assim como a violência vivida em Diepsloot foram condenados pelo Presidente sul africano, Cyril Ramaphosa, que prometeu que o governo vai continuar a dialogar com as comunidades para atender as suas inquietações.
É dentro deste quadro que os dois Ministros se deslocam hoje a Diepsloot, sendo de destacar a presença de Aaron Motsoaledi que lida com questões relacionadas com os imigrantes.
Os residentes de Diepsloot acusam os estrangeiros indocumentados de serem os promotores de actos criminais e acusam também a polícia de nada fazer. Citam como exemplo a morte, semana passada, de sete pessoas, por sinal sul-africanos.
Dizendo-se cansados da situação, optaram por barricar as estradas e queimar pneus o que obrigou a intervenção policial. O rescaldo dos tumultos de Diepsloot apontam para um morto, vários feridos e 24 detidos, 23 dos quais são imigrantes indocumentados.
Sitoe referiu que não podia confirmar se entre os detidos e feridos havia ou não moçambicanos, mas que “semana passada a comunidade moçambicana reuniu-se com as autoridades policiais daqui [Diepsloot], em que ouvimos acusações de que nossos compatriotas e zimbabweanos são os líderes das gangs de criminosos”, disse. (Zimbabweano morto)
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul