Entufados

Entufados – Andam aos montes, cá entre nós, e pululam nas mais variadas camadas sociais, sendo nas esferas políticas, empresariais, nas ditas organizações da “sociedade civil” e entre “académicos” onde mais abundam.

Entufados e uma espécie de gente que, grosso modo, está onde está não por meritocracia, mas por uma “macGyvervice” qualquer, portanto gente simplesmente enfadonha.

Entufados são aqueles tipos que do nada se veem nas “nuvens” e convencidos de que nas suas veias já corre sangue azul.

Ao primeiro instante, quando se julgam “estrelas” ou já “excelências”, trocam de contactos telefónicos e/ou electrónicos e, quando podem, mudam mesmo de residência física. Ignoram chamadas e mensagens de pessoas devidamente identificadas e/ou mesmo conhecidas como quem evita contacto com quem sofre de lepra, por alturas da descoberta desta doença, lá para o ano de 1873. Até há os que se apartam de familiares e velhos amigos.

O mais impressionante é que este tipo de pessoas existe mesmo no seio dos ditos partidos políticos da oposição, o que chega a meter muita pena e nojo!

Ora, se um indivíduo que ainda tenta alcançar o poder e já se comporta com vaidade perante quem é suposto ajudá-lo a alcançar o almejado pedestal, terá, mesmo, hipótese de lá chegar? Pura palhaçada.

Mas não decidi escrever este texto em homenagem aos entufados, mas aos humildes (há quem mal empregue este termo/conceito, associando-o à pobreza material), que mesmo quando estão em situação de desafogado financeiramente e/ou em posição de chefia continuam com os “pés no chão”.

Porque quero que um dos emblemas desta postura (de humildade) o saiba – provavelmente nem se recorda da minha pessoa –, mas que sempre a admirei, deixo, aqui e agora, publicamente, a minha singela homenagem, mesmo ciente de que não é um santo, porque humano.

Falo do senhor Alfredo Gamito, um ex-governador, antigo ministro e que, como deputado, em algum momento presidiu à Comissão da Administração Pública e Poder Local, entre outras funções relevantes neste Moçambique.

Mesmo durante o tempo do monopartidarismo, sem facilidades de comunicações, Alfredo Gamito era um homem acessível e comunicativo.

Na década de 80 do século passado, para facilitar o contacto directo com governantes e quadros superiores da Frelimo, havia uma central telefónica expressamente criada para tal, para a qual eu e muitos outros jornalistas recorríamos para falar com os dignitários de então (devia ser o 741081, salvo erro). Gamito respondia, falava e amavelmente respondia a qualquer questão que lhe fosse colocada.

Alberto Nkutumula, de calções castanhos, em mais um ambiente de convívio com amigos

Quando começou a “abertura” multipartidária, Alfredo Gamito manteve a mesma postura. Mesmo ligando para o Ministério da Administração Estatal, quando era titular, sem que lá estivesse e/ou enquanto ocupado, na primeira oportunidade retornava a chamada, afavelmente.

Actualmente, um dos que se destacam pela postura oposta aos entufados é o jovem Alberto Nkutumula, académico e ex-governante.

É isto que falta em muitas “estrelas” e/ou “excelências” de hoje.

Obrigado Gamito e Nkutumula, pela diferença, no positivo. Não sei se conseguem transmitir este ensinamento aos vossos, mas eu a vós tiro o chapéu.

Bem-hajam ilustre Alfredo Gamito e Alberto Nkutumula, porque vocês são ILUSTRES, de verdade. É que palavra ilustre tem um significado, que, infelizmente, ultimamente é simplesmente ultrajado, porque assacado até aos mais reles boçais.

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!  Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo intitulado “Entufados” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 29 de Outubro de 2021, na rubrica de opinião denominado TIKU 15

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