Semelhanças

Semelhanças  – Jacob Gedleyihlekisa Zuma foi Presidente da África do Sul durante nove anos, de 2009 até 2018. Foi destituído da chefia do Estado sul-africano pelo seu partido ANC quando faltava ainda pouco mais de um ano para terminar o seu segundo e último mandato na chefia do Estado mais industrializado no continente africano.

A sua destituição foi motivada por ocorrência de vários escândalos da sua governação dominados pela corrupção generalizada.

A sua governação de nove anos foi marcada por populismo e atropelos às leis incluindo à Constituição.

Apesar da sua popularidade, Zuma foi acusado de facilitação de vários esquemas de corrupção que dilapidaram recursos de instituições públicas por interesses privados com destaque para a família Gupta, de origem indiana.

O profundo envolvimento de interesses privados passou a influenciar processos de governação culminando com aquilo que passou a ser considerado captura do Estado.

Jacob Zuma foi chamado a prestar declarações junto da Comissão de Inquérito que investigava alegações de corrupção generalizada e captura do Estado por interesses privados durante a sua governação. Mas o antigo Presidente recusou, alegando que a Comissão era uma ratoeira de cabala política dos seus detratores.  O Tribunal Constitucional não comprou o argumento do veterano político e aplicou-lhe pena de prisão de 15 meses por desacato à Justiça. Para alguns sul-africanos, e não só, que consideravam Jacob Zuma fonte de inspiração, foi desilusão vê-lo na prisão e associado a esquemas de corrupção que capturou o Estado.

Em Moçambique, a governação de Armando Emílio Guebuza teve semelhanças com a de Jacob Zuma, caracterizadas por corrupção.

Apesar de ser figura respeitada no partido Frelimo e na classe castrense, Armando Guebuza distraiu-se e facilitou uma rede de gente infiltrada no Sistema de Informação e Segurança do Estado (SISE). A rede aproveitou-se da vulnerabilidade da longa costa moçambicana para “vender a Guebuza” um projecto ambicioso de protecção da costa marítima nacional por uma firma internacional de origem libanesa, de Jean Boustani.

Dezanove indiciados de terem beneficiado ilicitamente do dinheiro aparentemente destinado ao projecto da protecção costeira foram detidos e compareceram no tribunal.

A bolada consumiu parte dos 2.2 mil milhões de dólares norte-americanos da dívida contratada em bancos internacionais pelo governo de Armando Guebuza sem conhecimento da Assembleia da República. Guebuza alega que não informou ao Parlamento porque queria comprar armas para combater a RENAMO que movia guerra contra o Governo na região Centro de Moçambique e que tinha deputados na mesma Assembleia da República.

Armando Emílio Guebuza esteve semana passada na barra da Justiça como declarante sobre o que aconteceu com o dinheiro do projecto da protecção costeira.

Jacob Zuma e Armando Guebuza foram combatentes contra o regime racista do apartheid e do colonialismo português, respectivamente. A suspeita do seu envolvimento na facilitação de corrupção representa grande decepção para todos aqueles que viam neles como fontes de inspiração contra todos os males.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Semelhanças de azares de Jacob Gedleyihlekisa Zuma e Armando Emílio Guebuza”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 23 de Fevereiro de 2022, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Redactorfavor ligar para 21 305323 ou 21305326 ou 844101414 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz 

Também pode optar por pedir a edição do seu interesse através de uma mensagem via WhatsApp (84 3085360), enviando, primeiro, por mPesa, para esse mesmo número, 50 meticais ou pagando pelo paypal associado ao refinaldo@gmail.com.

Gratos pela preferência

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *