Corpo sepultado em Maxakeke
Corpo sepultado – Seis dias após o seu brutal assassinato, precedido por uma violação sexual selvática, os restos mortais da pequena moçambicana Yuzna Armindo Manhiçe foram a enterrar na zona de Maxakeke, no distrito Municipal de Moses Kotane, cidade de Rustenberg, província de Notrh West, na África do Sul, mas a convicção do pai é de que a alma da filha “repousa em Funhalouro”, província de Inhambane, Sul de Moçambique.
Em ambiente pungente decorreu, na passada sexta-feira (22 de Abril), o enterro da pequena Yuzna, de apenas 32 meses de idade, que foi violada sexualmente por um sul-africano de 30 anos no passado dia 16 deste Abril.
O pai da menor, Armindo Romão Manhiçe, conta que depois do trabalho de peritagem da polícia (Redactor N 6304, pág. 3), o irmão mais velho do presumível assassino se predispôs a custear todas as despesas fúnebres.
A princípio, Armindo Manhiçe queria que sua filha fosse sepultada na sua terra natal, em Funhalouro, no interior da província de Inhambane, em homenagem à tradição da família.
Todavia, porque a criança não possuía Passaporte, documento imprescindível para se fazer a transladação do corpo, esse desiderato fracassou.
Aliás, os próprios pais da pequena Yuzna também estão a viver e trabalhar ilegalmente na África do Sul.
Não bastou a morte brutal da Yuzna. O seu enterro teve de ser marcado e posteriormente cancelado, a pedido da polícia, para mais peritagens. Depois surgiu a questão da documentação. Sem solução a única hipótese foi sepultar o corpo da finada em terra alheia, mas faltava dinheiro…
Depois da disponibilidade do irmão do presumível assassino, surgiu a questão do local para depositar o corpo da “ilegal” Yuzna.
Pesou o bom senso dos líderes comunitários de Maxakeke que, sentidos, abriram uma excepção e aceitaram que uma “indocumentada” fosse enterrada nas suas terras.
“Os líderes comunitários de Maxakeke disseram que têm ajudado muitos estrangeiros ilegais, que acabam sendo sepultados cá, mas que as almas dessas pessoas ficam a perturbar a zona”, contou-nos Armindo Romão Manhiçe.
A fé da crença ancestral familiar, Armindo Romão Manhiçe jurou para o Redactor que “com o ritual que fiz, a alma da minha filha voltou para casa [Funhalouro] e aqui em Maxakeke apenas ficou o corpo”.
Mesmo ciente da situação irregular em que vive na África do Sul, Armindo Romão Manhiçe jura que não descansará enquanto não for feita justiça sobre este caso que chocou muitos habitantes de Maxakeke.
A zona de Maxakeke, no distrito Municipal de Moses Kotane, cidade de Rustenberg, província de Notrh West, na África do Sul, conta com um considerável número de moçambicanos, muitos deles empregados nas minas de ouro e de platina ali existentes.
Na África do Sul as violações sexuais são frequentes e os cerca de 36 mil casos oficialmente admitidos pecam por defeito, aos olhos da maioria dos analistas, porque apenas cobrem as ocorrências denunciadas, que podem ser a ínfima parte deste tipo de crime, por motivos vários. (Corpo sepultado)
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul
Este artigo intitulado “Corpo sepultado em Maxakekeno…” foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 26 de Abril de 2022.
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