Muidumbe: “menina dos olhos” dos insurgentes

Muidumbe continua com aparente estatuto de “menina dos olhos” dos insurgentes. É neste local onde os extremistas armados violentos multiplicam as suas acções macabras.

O mais recente acto de barbáries executado por estes homens foi a morte de pelo menos duas pessoas e ferimento de outras quatro naquela região da província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

Ao que apuramos, o ataque ocorreu por volta das 16:00 de sexta-feira na aldeia de Namande, no distrito de Muidumbe.

“Eram terroristas e eu vi-os entrarem”, afirmou a fonte.

Além de matarem duas pessoas e ferirem outras na aldeia de Namande, os atacantes atearam fogo a algumas casas de construção precária.

“Estávamos sossegados quando começamos a ouvir os disparos nas imediações da aldeia e quando percebi que eram os terroristas levei minha família e fugimos”, contou outro residente da aldeia, que procurou refúgio na sede do distrito.

Na aldeia Namande, que fica a pelo menos 40 quilómetros da sede distrital de Muidumbe (Namacande), existem grupos de antigos combatentes de libertação nacional que se organizaram para lutar contra os extremistas violentos.

As forças governamentais também desencadearam várias operações para travar os rebeldes em Namande, mas os confrontos, que se prologaram pela noite, obrigaram algumas pessoas a abandonar a aldeia.

Refira-se que na semana passada outros quatro corpos de pessoas decapitadas foram achados em campos agrícolas na aldeia de Mandava, em Muidumbe, na província de Cabo Delgado Cabo Delgado, de acordo com residentes locais (Redactor N° 6475, págs. 1, 2 e 3).

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a Sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

Redactor

https://bit.ly/3zwuAZU

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