Ramaphosa despacha ministros para abordar G7
Após ter sido excluída da recente reunião dos chefes de Estado e de Governo do G7, realizada no Japão, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, vai enviar seus Ministros aos países deste conglomerado para explicar a posição do país sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Foi a primeira vez que a África do Sul não foi convidada para a cimeira do G7, desde que Cyril Ramaphosa ascendeu à presidência da África do Sul, em 2018.
Falando no Parlamento, onde apresentou a proposta de orçamento da presidência da República, Cyril Ramaphosa explicou que “mais uma vez a Ministra das Relações Internacionais e Cooperação (Naledi Pandoor); a Ministra na Presidência (Khumbudzo Ntshavheni); o Ministro do Comércio, Indústria e Concorrência (Ebrahim Patel) e o Ministro das Finanças (Enoch Godongwana) são os meus enviados aos países do G7, para explicar a nossa missão de paz e tratar de vários assuntos diplomáticos”.
Há dias, Ramaphosa anunciou que seis líderes africanos vão partir para a Rússia e a para a Ucrânia, em missões de paz sublinhando que a África do Sul pretende promover uma ordem mundial mais inclusive, equitativa e representativa.
Com o aproximar da cimeira do grupo de países de economias emergentes, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em território sul-africano, Pretória sente-se pressionada devido a provável presença de Vladmir Putin, na reunião agendada para a Cidade do Cabo.
É que em Março, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra o presidente russo e a África do Sul, na qualidade de signatária do Estatuto de Roma, fica sem saber se executa ou não a ordem.
Cyril Ramaphosa criou uma equipa multisectorial, chefiada pelo vice-presidente Paul Mashatile, que estuda todas as implicações legais da ida de Putin a África do Sul. Apesar de a equipa não ter ainda divulgado suas conclusões já se fala, em surdina, de uma possibilidade de retaliar a cimeira dos BRICS num país neutro.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul