Alguns dados dos chefes dos “insurgentes”

Pelo menos cinco dos 15 elementos considerados chefes dos “insurgentes” possuem nacionalidade moçambicana e um – sexto -, porta, em simultâneo, documentos emitidos na Tanzânia, conforme dados em posse do jornal Redactor.

Os mesmos dados indicam que a liderança dos insurgentes que desde Outubro de 2017 atacam com requintes de brutalidade clamorosos é ainda composta por quatro tanzanianos, sendo dois deles da parte insultar (Zanzibar), dois quenianos, outros tantos de nacionalidades por descortinar e um maliano.

O líder supremo e comandante operacional do grupo que está a ser sondado pelo Grupo Consultivo para o Estabelecimento da Paz (PAG) – vide Redactor N 6576, págs. 1 e 2 tem, no seu currículo, passagens por Quénia e Zanzibar (Tanzânia), de acordo com o documento consultado por nós consultado.

A mesma fonte refere que dos cerca de dois mil combatentes que integram o grupo que em Cabo Delgado é mais conhecido como Machababos, numa aparente corruptela da designação al-Shabaab, muitos deles “demonstram pouca ou nenhuma compreensão dos preceitos islâmicos”.

“Apenas uma minoria do grupo é provavelmente motivada, em parte ou na totalidade, por uma ideologia jihadista salafita. Os militantes que foram capturados e interrogados estão frequentemente à beira da fome, demonstram pouca ou nenhuma compreensão dos preceitos islâmicos e admitem ter aderido ao grupo mediante pagamento ou por coacção”, frisa o documento na base do qual produzimos esta matéria.

Não obstante, acrescenta a fonte, “dada a vasta dimensão da região que as FADM [Forças Armadas de Defesa de Moçambique] e as tropas estrangeiras estão encarregadas de proteger, mesmo com 500 combatentes, o grupo consegue efectuar ataques regulares, por vezes quase simultâneos, em diferentes distritos”.

Desde Outubro de 2017, Cabo Delgado, uma província no Norte de Moçambique, tem assistido a um conflito armado sustentado, travado entre um Grupo Armado Não-Estatal (GAN), o Al-Shabaab e o governo de Moçambique, com o apoio de aliados regionais e internacionais.

Este grupo é conhecido por vários nomes, incluindo Ahlu al-Sunnah wal-Jamaah (ASWJ), Ansar al-Sunnah, ISIS – Moçambique e al-Shabaab (embora não se conheçam tenha ligações directas com o al-Shabaab na África Oriental).

Estima-se que o conflito tenha provocado cerca de 4.600 vítimas mortais e aproximadamente 1.200.000 civis deslocados internamente, dos quais cerca de metade são crianças.

O conflito tem-se caracterizado por graves violações dos direitos humanos contra civis e causou danos significativos às infra-estruturas, perturbou a prestação de serviços essenciais e teve um impacto negativo na prestação de serviços essenciais e teve um impacto negativo na actividade económica na região.

Basicamente, o PAG, que conta com o apoio de um Grupo de Pessoas Eminentes (GEP), pretende criar uma plataforma segura e apartidária e apartidária para o debate e a consulta entre os principais intervenientes, com base no respeito mútuo respeito mútuo e ubuntu, para aliviar as tensões intercomunitárias e desbloquear o potencial de desenvolvimento da Província de Cabo Delgado.

O Redactor está na posse dos dignitários nacionais e expatriados engajados na busca de uma solução pacífica para Cabo Delgado, no âmbito de uma iniciativa coordenada pelo Grupo Consultivo para o Estabelecimento da Paz (PAG).

O logótipo do PAG é baseado no Mpatapo, uma imagem simbólica do Adinkra, um sistema de símbolos do Gana, na África Ocidental. Representa o laço ou nó que une as partes numa reconciliação após um litígio. É um símbolo de pacificação após um conflito.

A par da busca de uma solução negociada para a paz no Norte de Moçambique, desde 2020, têm sido envidados esforços acrescidos para resolver os défices de desenvolvimento daquela região setentrional moçambicana, que são amplamente reconhecidos como motores do conflito, bem como iniciativas para prestar apoio humanitário e de reconstrução à região.

Em Março de 2020, o Governo de Moçambique criou a Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), mandatada para trabalhar entre departamentos para promover e coordenar a implementação de políticas e programas destinados a reduzir a pobreza e promover o crescimento económico sustentável nas três províncias do norte de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.

Em Agosto de 2021, a pedido dos seus parceiros de cooperação internacional, o governo elaborou o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (PRCD), que define os planos para prestar assistência humanitária e promover a recuperação económica a longo prazo. O PRCD requer um orçamento estimado em USD 300 milhões, dos quais, até à data, foram assegurados abaixo da metade.

Redactor

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 31 de Maio de 2023.

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