Moçambique: a terra desgovernada
Quando eles assumiram o poder prometeram que o ÉDEN seria o limite, ou seja, uma vida cheia de cores e estabilidade e que também estariam na vanguarda para a formação de cidadãos críticos e escolarizados. Pelo menos foi o que pensámos. Estes adoptaram uma ideologia que tentou suavizar as coisas. No entanto, havia um grupo chamado elite capitalista que outrora o colono chamava-os de “assimilados”, aqueles que iam contra a revolução do próprio povo durante a luta de libertação do país, defendendo a supremacia do branco português.
Estes instalaram-se no partido dominante mascarados de combatentes e introduziram paulatinamente ideologias que remodelaram a vida de cada um dos moçambicanos hoje. De tempos em tempos, por serem a maioria na Magna Casa, elaboraram e aprovaram leis que não têm nada que ver com a situação do país.
Estes aproveitaram-se da ideia de formação de um homem novo e construíram a própria imagem através de uma educação premeditada. Hoje, vivemos num cenário em que a população, mesmo oprimida, aplaude as atrocidades cometidas em diversas esferas do Governo.
É preocupante observar a contradição entre a realidade e as promessas feitas. Por exemplo, alegavam estar empenhados no combate à corrupção, estabelecendo gabinetes específicos nas províncias para lidar com esse problema. Contudo, tais iniciativas parecem resumir-se a actividades pouco efectivas, pois os responsáveis por estes gabinetes só se aproveitam da rede de internet (pago pelo imposto dos moçambicanos) para despejar as suas frustrações nas redes sociais.
Estes, de facto, são precisamente aqueles que juraram erradicar a corrupção, os principais impulsionadores deste flagelo, uma vez que não asseguram salários condignos, mantendo-se numa constante oscilação nos vencimentos dos funcionários. Diante desta realidade, é preciso indagar como acham que vão acabar com a corrupção se antes não regularizarem a situação financeira do alegado corruptor?
Disseram-nos também que são democráticos. Ó compatriotas! Democracia significa um povo muito bem alimentado, muito bem instruído, muito bem informado, com senso crítico para se saber o que está a acontecer e com isso tomar decisões sem precisar de estar “alinhado”, como é do vosso princípio.
No entanto, a forma como instauraram a estrutura social educativa foi calculada para impedir que isso aconteça. Por isso, hoje, mesmo perante tantas irregularidades, o povo continua inibido de agir psicologicamente.
Chega destes, sim, estes, que prometeram acabar com o analfabetismo e, décadas depois, 50% da população continuam analfabetos. Além disso, estes permanecem inertes diante da escalada dos sequestros e a má qualidade da educação, a depreciação da moeda que agrava ainda mais o sofrimento do povo.
Já pagámos por tudo, se é que vos devíamos. Nos libertem!
ANTÓNIO DAMIÃO
Este artigo foi publicado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 08 de Março de 2024, na rubrica OPINIÃO.
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