Balanço preliminar da CNE neste dia eleitoral
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique fez ao princípio da tarde desta quarta-feira um balanço positivo sobre a abertura das mesas de voto, apesar de confirmar detenções e de não ter arrancado a votação em Berlim, na Alemanha.
“De maneira geral avaliamos de forma positiva a abertura das mesas e que o processo está a correr de forma ordeira”, afirmou o porta-voz da CNE, durante uma conferência de imprensa de balanço provisório sobre o processo das eleições gerais que se realizam hoje em Moçambique.
Sobre a abertura das mesas de voto na diáspora, Paulo Cuinica admitiu “uma demora” na “chegada de material à Alemanha”, que “ainda não chegou a Berlim”, pelo que “as mesas até ao momento ainda não abriram”.
O mesmo responsável confirmou a existência de detenções por irregularidades eleitorais, sem adiantar um número, e “desafios” na entrega do material nas províncias da Zambézia e Gaza.
O porta-voz abordou ainda queixas das candidaturas relacionadas com mudanças na ordem nos boletins de voto e de acesso dos delegados às assembleias, um pouco por todo o país.
Cuinica esclareceu que “nem todos os partidos estão a concorrer em todos os círculos eleitorais, seja a nível nacional ou no estrangeiro”, razão pela qual não surgem no boletim no mesmo lugar sorteado.
Sobre a questão do acesso dos delegados às assembleias de voto e de eventuais irregularidades na entrega das suas credenciais, o porta-voz indicou que a CNE realizou uma reunião extraordinária e existem já equipas a deslocarem-se para o terreno.
As mesas de votação nas eleições gerais moçambicanas, que vão escolher um novo Presidente da República, começaram a abrir às 07:00 locais de hoje, com ligeiros atrasos em alguns pontos, e vão funcionar até às 18:00.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) recenseou 17.163.686 eleitores para esta votação, incluindo 333.839 que vão votar em sete países africanos e dois europeus.
As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais – às quais já não concorre o actual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos – em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Concorrem à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Daniel Chapo, com o apoio da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975), Venâncio Mondlane, apoiado pelo Podemos, e Ossufo Momade, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).
A publicação dos resultados da eleição presidencial pela CNE, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.
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