Venâncio Mondlane convoca “sete dias de raiva”
Venâncio Mondlane,candidato presidencial nas sétimas eleições presidenciais de Moçambique realizadas no dia 09 deste Outubro, apelou hoje a uma “greve geral” de uma semana em Moçambique, a partir de quinta-feira (31), tendo como enfoque as sedes distritais provinciais e central da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e marchas sobre Maputo, a capital do país, em 07 de Novembro.
Mondlane jurou dirigir “25 dias raiva”, correspondentes aos 25 tiros disferidos contra Elvino Dias e Paulo Guambe, companheiros políticos do engenheiro, clérigo e político moçambicano que reclama ter ganho o pleito de 09 de Outubro, mas que a Comissão Nacional de Eleições o coloca em segundo lugar.
Até hoje já foram cumpridos três “dias de raiva” convocados pelo homem que já tem nas costas um processo accionado pelo Ministério Público, acusado de instigar insurreição e destruições de bens públicos e privados, de acordo com o ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda.
“Uma semana [até 07 de Novembro] é suficiente para sairmos todos dos nossos distritos, das nossas localidades, para Maputo”, afirmou Venâncio Mondlane, numa intervenção a partir da sua conta oficial na rede social Facebook.
Na intervenção, Mondlane apelou também a manifestações junto das estruturas locais da CNE e sedes do partido Frelimo, no poder desde 1975, a partir de quinta-feira, 31 de Outubro.
“Vamos encher toda a cidade de Maputo e estou a prever quatro milhões de moçambicanos (…), uma enchente nunca vista”, apelou, reconhecendo estar a pedir “um sacrífico” à população.
Esta será o que Venâncio Mondlane classificou de terceira etapa da contestação, que nas anteriores já envolveu confrontos violentos entre apoiantes e a polícia.
“Paralisação durante uma semana. Desta vez é coisa para doer. Temos de nos sacrificar pelo nosso país”, disse, insistindo: “A partir de quinta-feira, que é dia 31 de Outubro, marquem esta data. Vamos começar um novo ciclo, paralisação total, greve, manifestações públicas, na rua”.
“Vamos iniciar um ciclo muito pesado. Eu, tu, temos de fazer alguma coisa por este país”, disse, na mesma intervenção a partir do seu esconderijo onde se encontra há aproximadamente duas semanas.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pelo partido Frelimo na eleição a Presidente da República de 09 de Outubro, com 70,67% dos votos.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
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