O Futuro de Ossufo: Entre o “Leit” e o Leite Derramado 

Ossufo Momade, líder da RENAMO, vive um dilema peculiar. Um milhão de dólares anual, esse é o valor do famoso “leit” que o acompanha, um presente de incerteza no meio de uma realidade política já suficientemente caótica. 

Para muitos, é um valor irrisório; para outros, uma soma que carrega um peso simbólico maior do que qualquer cifra. Mas o que o futuro reserva para Ossufo? Será que ele conseguirá transformar esse “leit” em algo memorável ou ficará preso às ironias e limitações que vêm junto com ele?  

Imagine Ossufo reflectindo, sentado numa varanda qualquer, talvez em Gorongosa, talvez em Maputo. Ele olha para o horizonte, mas em vez de ver montanhas ou prédios, ele vê cenários variados, como um caleidoscópio de futuros possíveis. Em um deles, ele decide guardar os sete milhões dólares dos sete anos de governaçao debaixo do colchão. 

Parece uma boa ideia no início: afinal, na incerteza da política moçambicana, economizar pode ser a decisão mais sensata. Mas à medida que o colchão fica mais cheio, ele começa a ter pesadelos. As molas parecem conspirar contra ele, catapultando as notas para fora do quarto, como se até o dinheiro quisesse fugir da pressão.  

Em outro futuro, Ossufo tem uma ideia brilhante: investir na economia digital. Ele funda uma startup revolucionária de venda de badjias online, batizada de “Badjias 2 Go”. O sucesso é instantâneo! De Maputo a Pemba, as pessoas fazem fila para encomendar suas badjias através de uma plataforma que promete entregas rápidas e um sabor inigualável. Ossufo, de líder político, torna-se o magnata das badjias, o Jeff Bezos de Moçambique. Mas claro, ele ainda mantém um pé na política, porque, afinal, quem mais poderia promover badjias como símbolo da unidade nacional?  

Há também o futuro mais isolado, aquele em que Ossufo decide abandonar a política de vez. Ele pega o “leit”, compra uma pequena ilha no meio do rio Zambeze e lá começa uma nova vida. Na ilha, cria galinhas felizes, que, segundo ele, representam a paz e a harmonia que sempre buscou para Moçambique. Ele escreve uma constituição local onde os ovos das galinhas têm direito a voto, e todos os anos realiza eleições simbólicas para eleger o “melhor ovo do ano”. Ossufo vive em paz, ainda que com certa nostalgia da adrenalina dos dias de campanha.  

Mas nem todos os futuros são tão idílicos. Há um cenário em que Ossufo, cansado das críticas, decide usar o leit para transformar completamente sua imagem. Ele investe em roupas extravagantes, cheias de brilho, e em óculos de sol tão chamativos que poderiam ser vistos até em Maputo durante um apagão. 

Sua entrada em eventos políticos passa a ser um espetáculo, com flashes e aplausos. Ossufo vira uma estrela, e a RENAMO, antes um partido, transforma-se quase que num fã-clube. Mas será que o brilho compensa a falta de resultados concretos?  

E, finalmente, existe o futuro mais filosófico. Ossufo, num momento de introspecção, começa a refletir profundamente sobre o significado do leit. “E se não for apenas dinheiro?”, ele pensa. “E se for uma metáfora para o leite que alimenta a pátria, para o sustento que precisamos para crescer como nação?” 

Inspirado por essas ideias, ele escreve um livro intitulado “A Verdade e o Leit: Reflexões de um Líder”. A obra se torna um best-seller entre acadêmicos e políticos, e Ossufo passa a ser convidado para dar palestras sobre filosofia política em universidades por todo o mundo.  

O futuro de Ossufo, portanto, não está escrito em pedra. É uma mistura de possibilidades, sonhos e ironias. Seja criando galinhas, vendendo badjias ou filosofando sobre o leite da pátria, ele continuará a ser uma figura que inspira debates e imaginações. Afinal, em Moçambique, até mesmo um simples leit pode carregar o peso de muitas histórias.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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