Venâncio Mondlane em Tete: O Moisés moderno e a política que parece festa da família 

A cena foi digna de um blockbuster hollywoodiano: Venâncio Mondlane entrando em Tete como se fosse o Moisés moderno, mas em vez de uma túnica bíblica, ele trajava uma camiseta e jaqueta preta com escrita atrás “anamalala” impecável e um sorriso de “eu cheguei para salvar o dia”.

O povo, anestesiado pela emoção, gritava como se estivesse diante do rei leão, do salvador da pátria e do profeta que iria abrir o Mar Vermelho (ou pelo menos as estradas esburacadas da cidade de Tete). E lá estava ele, acenando como um astro de cinema, enquanto a multidão vibrava: “É ele! Venanciooooo! O lendário político que esperávamos!”
Mas, calma lá, será que o povo entendeu que a política não é um espetáculo a solo, e sim um trabalho em equipe? Será que perceberam que, sem a participação colectiva, até o Moisés mais carismático pode ficar sem água no deserto? Ou será que estão apenas cansados de políticos que prometem o céu e entregam um poste de luz sem lâmpada? A chegada de Venâncio Mondlane parece ter reacendido a esperança, mas também levantou uma questão: será que ele é o político lendário ou apenas mais um personagem nesse filme chamado “Política Moçambicana”?
E por que será que os outros políticos o ignoram nas conversas? Será medo de perder o protagonismo? Inveja do carisma? Ou simplesmente porque não sabem como lidar com alguém que consegue fazer o povo vibrar sem precisar distribuir sacos de arroz ou 200 meticais?

Enquanto isso, Venâncio Mondlane segue sua jornada épica, desbravando províncias e conquistando corações, enquanto os outros políticos parecem estar mais preocupados em evitar selfies com ele do que em dialogar. Outros chegam numa província à noite e o engraçado apenas com uma dúzia de pessoas tímidas. Nnimona itthu! Havemos de ver coisas!
No fim das contas, a política em Moçambique continua sendo uma mistura de drama, comédia e suspense. E Venâncio Mondlane? Bem, ele pode ser o Moisés que o povo espera, mas, como diria o ditado: “Um só golpe não derruba uma árvore”. Resta saber se ele conseguirá unir forças para construir uma nova narrativa ou se será apenas mais um capítulo emocionante no filme da política moçambicana. Enquanto isso, o povo aplaude, torce e espera… porque, afinal, quem não gosta de um bom espetáculo?

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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