O papel primordial das mulheres nos mais variados sectores
“São as mulheres que têm sido as dinamizadoras dos sectores informal e agrícola” – no entender da activista social Eulália Nhatitima, tese defendida no worhshop sobre “Desafios do Empoderamento da Mulher”.
Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que se assinala este sábado, 8 de Março, a empresa de telefonia Tmcel-Moçambique Telecom organizou, na passada sexta-feira (07 de Março), em Maputo, um workshop subordinado ao lema “Desafios do Empoderamento da Mulher”, com o objectivo de partilhar ideias e experiências sobre esta temática, que constitui uma agenda global dada a sua relevância na luta pela igualdade.
Para o efeito, a Tmcel convidou para o painel quatro mulheres de reconhecido mérito na sociedade, nomeadamente Paulina Chiziane (escritora), Esperança Mangaze (empresária), Eulália Nhatitima (activista social) e Vitória Diogo (antiga ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, e secretária de Estado na Província de Maputo).
Na ocasião, o membro da Comissão de Gestão da Tmcel, Cezerilo Matuce, referiu que a iniciativa visava celebrar o evento global e contribuir para a promoção da igualdade de género na sociedade.
“A Tmcel é uma empresa comprometida com a sociedade moçambicana e reconhece o papel da mulher no processo de desenvolvimento social e económico do País. É nesta perspectiva que a empresa vem contribuindo no empoderamento da mulher, apoiando as suas causas e acções”, frisou Cezerilo Matuce.
Intervindo no painel, a escritora Paulina Chiziane explicou que o verdadeiro empoderamento da mulher africana, que também constitui o grande desafio da sociedade, passa por conhecer e reescrever a sua História.
“Na nossa História de ser mulher, nós somos guerreiras. África deve voltar para o cruzamento dos caminhos. Em Moçambique, temos exemplos de várias heroínas, tais como a rainha Achivanjila, em Majune, província de Niassa, e a grande general Chicumbana, da província de Gaza. Estas rainhas têm de entrar para o livro de ensino para que todos conheçam a sua grandeza histórica porque isto é um legado”, considerou a escritora.
Por sua vez, Vitória Diogo, que na sua intervenção abordou o tema “Políticas Públicas para Empoderar a Mulher”, particularmente nas zonas mais vulneráveis, defendeu a necessidade de a mulher se mover no sentido de exteriorizar o seu poder.
“Empoderar é atribuir, é dar poder, mas a mulher já tem um poder em si. O que é necessário é, talvez, despertar algo que pode estar adormecido ou latente dentro de si, tornar visível e vocalizar o poder formal. As políticas têm de induzir e contribuir para despertar e fazer com que esta mulher possa florescer. A mulher tem de acreditar e gostar de si. Deve, acima de tudo, acreditar que é capaz”, explicou.
Na sequência, a empresária Esperança Mangaze considerou que o Governo deve investir bastante no alívio de políticas e dos procedimentos necessários para o financiamento, sobretudo da mulher empresária.
“São vários os desafios que as mulheres, e até homens, enfrentam para ter acesso ao financiamento bancário. São muitos os documentos e garantias exigidas, que a mulher não tem. Estes aspectos fazem parte das barreiras socioculturais, que são o calcanhar de Aquilles para a mulher”, frisou.
A concluir, a activista social Eulália Nhatitima falou da importância da mulher nos negócios e na liderança comunitária, onde desempenha um papel crucial para o crescimento e desenvolvimento do País.
“Historicamente, são as mulheres que têm sido as dinamizadoras dos sectores informal e agrícola. Isto faz de nós parceiras estratégicas do Governo na geração de emprego e auto-emprego, bem como de renda para nossas famílias”, sublinhou Eulália Nhatitima.
Convencionado em 1975, para celebrar as conquistas políticas, sociais, económicas e culturais das mulheres ao longo do século XX, o dia 8 de Março afigura-se como um momento de reflexão sobre a luta pela igualdade de género e pelos direitos das mulheres.
Redactor
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