Nyusi de novo “doce”
Quase como sucedeu no dia da sua investidura, o Presidente da República, Filipe Nyusi, proferiu um discurso até por alguns dos seus mais ferrenhos críticos tido como “doce” e conciliador.
Efectivamente, falando por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência que este sábado se assinala em todo o mundo, Nyusi afirmou que a missão para o restabelecimento da paz em Moçambique não deve ser deixada somente para Si e Afonso Dhlakama, líder da Renamo, principal partido de oposição, pois exige o envolvimento de todos os moçambicanos.
Na visão de Nyusi, para que os esforços no sentido da paz surtam os efeitos desejados é necessário o envolvimento de todos os segmentos da sociedade.
O estadista moçambicano teceu estas consideraçoes quando interagia com membros do Fórum das Associações Moçambicanas dos Deficientes (FAMOD) que o interpelaram no sentido de continuar a envidar esforços em prol da paz.
O Fórum das Associações Moçambicanas dos DeficientesFAMOD foi recebido pelo Presidente da República, no seu Gabinete, por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, efeméride que se assinalaeste sábado, sob lema “promover a paz e acesso aos serviços básicos para pessoa com deficiência e assegurar o desenvolvimento sustentável”.
“Dos esforços que temos estado a fazer, eu sinto que, com o apoio e consciência de todos os moçambicanos, estamos em altura de, muito rapidamente, atingir algum consenso. Não deixem essa missão para o líder da Renamo, Dhlakama, e o vosso Presidente só. Se dependesse desses dois, já estaríamos a ter uma outra linguagem, pelo que tenho visto dos procedimentos dos contactos”, disse.
As pessoas com deficiência querem que a tensão político-militar que se vive nalguns pontos do país cesse imediatamente, pois torna a cada um dos cidadãos “candidato para a deficiência”.
“A vossa mensagem foi muito profunda quando referem que, com a guerra, há muitos candidatos para serem pessoas com deficiência. Não é mentira, porque alguns que estão aqui são resultado desta calamidade provocada pelo homem. E tudo temos estado a fazer”, disse.
Nyusi acrescentou que a presença produtiva e efectiva, a colaboração, a honestidade e franqueza e a vontade dos moçambicanos “contam mais do que duas pessoas que sempre colocamos a importância, porque não há homem importante mais do que o povo no seu conjunto”.
Na sua mensagem, as pessoas com deficiência mostraram-se igualmente preocupadas com a crise económica e financeira que torna o custo de vida cada vez mais elevado.
Em resposta a isto, Nyusi incentivou à prática da actividade agrária para a produção de comida, “dentro das capacidades de cada um”.
REDACÇÃO