Equipa do FMI em Maputo
Uma equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai visitar Moçambique entre 30 de Novembro e 13 de Dezembro para discutir a situação do país e o seguimento a dar à auditoria às dívidas ocultas, anunciou hoje a instituição.
“A missão proporcionará uma oportunidade para avaliar a situação económica actual e fazer recomendações de políticas económica e financeira, bem como para discutir o seguimento da auditoria às empresas Ematum, Proindicus e MAM”, referiu Ari Aisen, representante do FMI em Moçambique, em comunicado.
O FMI e o grupo de 14 doadores directos ao Orçamento de Estado suspenderam em 2016 as transferências para Moçambique na sequência do escândalo das dívidas ocultas daquelas três firmas públicas.
O fundo mantém um estreito relacionamento “com as autoridades moçambicanas, através de um diálogo de políticas activo e prestação de assistência técnica numa ampla variedade de assuntos económicos e financeiros”, acrescentou Ari Aisen.
O ministro das Finanças, Adriano Maleiane, disse na semana passada que o país precisa de retomar os apoios internacionais e que está a trabalhar para dar as respostas que faltam sobre o destino dos dois mil milhões de dólares norte-americanos de empréstimos ilegalmente obtidos com garantias soberanas.
O FMI só deverá retomar apoios – assim como os restantes doadores – depois de as empresas fornecerem as informações que foram negadas à consultora Kroll, que conduziu a auditoria, e depois de haver uma forma de responsabilização pelas irregularidades conhecidas, anunciou no final da última missão, em Julho.
A próxima visita a Moçambique insere-se nas consultas previstas no artigo quarto, norma que prevê discussões anuais com países-membros, nas quais são feitas avaliações do desempenho macroeconómico.
“Na maioria dos casos, uma equipa do corpo técnico visita cada país, uma vez por ano, para conduzir uma avaliação da economia”, detalhou o escritório do FMI em Maputo.
“Durante a visita, o diálogo com as autoridades centra-se nas políticas fiscal, monetária, cambial e financeira, bem como nas reformas estruturais críticas para o desempenho da economia. As equipas também se reúnem com representantes do setor privado, sindicatos, académicos e sociedade civil no sentido mais amplo para obter uma visão completa das políticas e perspetivas económicas do país”, concluiu.
Redacção