“Fantasmas” de Zuma
O Partido Comunista Sul-Africano (SACP), aliado natural do Congresso Nacional Africano (ANC) no poder, considera que o antigo Presidente Jacob Zuma perturba a estabilidade do movimento político mais antigo em África, numa desesperada tentativa de comeback (regresso) ao poder.
Zuma foi forçado a abandonar o poder em Fevereiro passado, um ano antes do fim do seu segundo e último mandato na chefia do Estado sul-africano.
O veterano político zulu tentou resistir aos apelos para deixar o poder, mas o ANC, ora liderado por Cyril Ramaphosa desde Dezembro de 2017, ameaçou destitui-lo através de moção parlamentar.
Os últimos anos de sua governação foram marcados por escândalos de governação e de corrupção generalizada que contribuíram para a perda de controlo das cidades municipais de Pretória, Joanesburgo e Porto Elizabete pelo ANC.
As relações entre Zuma e o Partido Comunista esfriaram-se tendo atingido o clímax com a demissão de Blade Nzimande, então Ministro do Ensino Superior, e Secretário-geral dos Comunistas numa remodelação muito contestada governamental operada por Jacob Zuma.
Os comunistas apelaram no fim-de-semana a Jacob Zuma para se distanciar de grupos de seus aliados que procuram desestabilizar o ANC para escaparem de eventuais processos judiciais relacionados com a captura do Estado por interesses privados em investigação por uma comissão judicial de inquérito.
Para os comunistas, Zuma, entrincheirado no seu “castelo” de Nkandla, não está a fazer jogo limpo de antigo chefe de Estado e acusam-no de querer governar a partir de “túmulo” – rule from the grave.
Na passada sexta-feira (08Mar), Zuma voltou ao banco dos réus para responder a acusações de fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e vigarice quando era Director Provincial em KwaZulu-Natal na segunda metade da década de 1990.
A liderança do ANC desencoraja o uso de regalia do partido por membros e simpatizantes que vão apoiar Zuma no tribunal, considerando que não querem associar a organização com líderes suspeitos de corrupção.
Em Angola e no Zimbabwe, os antigos presidentes estão em apuros com o passado da sua governação.
Os novos líderes mostram sinais de menos simpatia com excessos cometidos pelos seus antecessores que agravaram o rancor do pobre.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 06 de Junho de 2018, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE!
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