Tempo de cobrança
Tempo de cobrança – Vários países africanos estão em campanha eleitoral.
A África do Sul e Moçambique vão realizar sextas eleições gerais este ano cada um à sua maneira: um em Maio e outro em Outubro próximos, respectivamente.
Mais de 560 partidos estão registados para a corrida eleitoral na África do Sul. Muitas promessas no meio de oceanos de necessidades básicas das populações que enfrentam 10 milhões de jovens desempregados na economia mais industrializada em África.
Na Nigéria, o país mais populoso no continente africano, a população foi votar no Sábado passado. Os dois candidatos principais têm acima de 70 anos de idade cada num país e continente de maioria jovem.
O desenvolvimento prometido por políticos africanos desde o advento de eleições gerais democráticas regulares na década de 1990 continua a ser ilusão.
Milhares de jovens africanos morrerem nas águas do mar a tentarem atravessar para Europa à procura de melhores condições de vida, porque em casa o futuro é sombrio. Elites políticas e companhia transformaram fontes de recursos públicos em machambas pessoais ou de familiares mais próximos.
Dos dez países mais corruptos no Mundo, seis estão na região da África Subsaariana.
Segundo um estudo da União Africana, a corrupção consome 150 mil milhões de dólares norte-americanos por ano no continente africano.
Especialistas dizem que muitos líderes políticos procuram reeleição para terem acesso as chaves dos cofres de Estado bem como impunidade perante sistema judicial.
Em condições normais, o tempo de eleições é de cobrança a dirigentes que em pleitos anteriores prometeram montanhas de futuro melhor aos povos, mas as referidas montanhas pariram ratinhos.
Economias que em algum momento davam sinais de crescimento recuaram por causa de corrupção.
Em Moçambique, Joaquim Chissano acabou com a longa guerra movida pela Renamo durante 16 anos e colocou o país no pedestal mundial de desenvolvimento.
No entanto, cerca de seis anos depois de deixar o poder o pais foi pilhado por um punhado de gente “visionaria”.
Na África do Sul, os governos de Nelson Mandela e de Thabo Mbeki recolocaram o pais no mapa do Mundo, mas seis anos depois a economia mais poderosa em África foi pilhada sem dom nem piedade.
E tempo de cobrar a dívida aos dirigentes dos partidos cujos membros destruíram sonhos de gerações.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 27 de Fevereiro de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE
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