Risco eminente
Risco eminente – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que a propagação do novo coronavírus na região coloca Moçambique numa situação de risco eminente, alertando que a doença “não respeita fronteiras”.
“A maior parte dos países da região, incluindo aqueles que têm uma fronteira directa com o nosso país, reportaram os primeiros casos da doença. Isso coloca-nos numa situação de risco eminente e de grande preocupação”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação a partir da Presidência da República.
Para o Presidente moçambicano, a doença é uma forte ameaça à economia global e à de Moçambique, o que justifica o reforço das medidas de prevenção para evitar uma eventual pressão sobre o sistema de saúde do país.
“A Covid-19 não respeita fronteiras”, comentou o chefe de Estado moçambicano, acrescentando que, apesar de o país não ter registado nenhum caso, trata-se de uma pandemia que ameaça todos e a prevenção atempada é fundamental.
Na mesma ocasião, o Presidente anunciou a suspensão “da emissão de vistos de entrada em Moçambique” e o cancelamento de “todos os já emitidos”.
Filipe Nyusi anunciou ainda “o encerramento de todas as escolas públicas e privadas, do ensino pré-escolar ao ensino superior” com efeitos a partir da próxima segunda-feira, dia 23 de Marco de 2020.
Entre outras medidas divulgadas o referido risco eminente conta-se também a suspensão de todos os eventos sociais “com mais de 50 pessoas” e o alargamento de quarentena domiciliária a todos os viajantes, não apenas daqueles oriundos de países com infecções activas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infectou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram, incluindo mais 900 em 38 países e territórios de África.
Das pessoas infectadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir actualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.
A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infecção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis.
A China, por sua vez, informou não ter registado novas infecções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infecções oriundas do exterior.
No total, desde o início do surto, em Dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infecções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
(Correio da manhã de Moçambique)