Agravamento da crise

Agravamento da crise –  O Governo moçambicano alertou hoje para o risco de os ataques armados em Cabo Delgado se alastrarem pela região, reforçando o pedido de apoio face à situação humanitária naquela província do Norte de Moçambique.

“É urgente a sua contenção e erradicação do nosso solo pátrio, antes de desenvolver o seu potencial e se alastrar para outras regiões”, disse Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, falando durante uma reunião com as agências das Nações Unidas em Moçambique, realizada em Maputo.

A ministra defendeu que é “preciso cortar o mal pela raiz” e, para isso, é também necessário que a comunidade internacional condene de “forma contundente” os ataques de grupos armados no norte de Moçambique.

“A comunidade internacional deve estar connosco e ajudar-nos, porque é preciso [garantir] que aqueles actos não se consolidem e afectem outros países da nossa região e não só”, referiu Verónica Macamo.

Num outro encontro, também realizado hoje em Maputo, a ministra pediu apoios adicionais para o combate aos ataques em Cabo Delgado, considerando a situação uma prioridade para o país.

Para Verónica Macamo, é importante a capacitação e criação de postos de emprego para os jovens na região Norte de Moçambique, para evitar que sejam aliciados pelos grupos insurgentes.

“Nos preocupa sobremaneira a emergência, as pessoas saem dos seus locais abandonando todo o esforço de anos de vida e o seu sustento e procuram deslocar-se para lugares considerados seguros”, declarou Verónica Macamo, durante uma reunião com a princesa da Jordânia, Sarah Zeid.

A violência armada em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019. (Agravamento da crise)

Redactor

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