Condições voláteis
Condições – As condições de segurança em Cabo Delgado mantêm-se voláteis e os principais distritos afectados pela insurgência armada continuam inacessíveis para equipas humanitárias, lê-se hoje num relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
“A situação de segurança em Cabo Delgado permanece volátil com as operações militares em curso em certas partes da província, incluindo nas áreas perto de Mueda, Muidumbe e Mocímboa da Praia devido à presença activa de grupos armados não-estatais”, referiu o documento distribuído em Maputo.
Durante o período abrangido pelo relatório, de 15 de Dezembro a 15 de Janeiro, “houve também uma escalada significativa de ataques conduzidos por grupos armados nos distritos de Palma, Nangade e Macomia, incluindo ataques armados na península de Afungi”, onde nasce o megaprojecto de exploração de gás natural, destacou o ACNUR. (Condições)
Os distritos de Quissanga, Macomia, Meluco, Mocímboa da Praia, Muidumbe e Nangade, os mais afectados pelos ataques rebeldes, “permanecem inacessíveis às agências da ONU [Organização das Nações Unidas] e outras organizações humanitárias devido à insegurança, forte presença de grupos armados e operações policiais e militares em curso”.
A violência armada em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e mais de meio milhão de pessoas deslocadas.
Segundo o relatório distribuído pelo ACNUR, há 530.000 deslocados pelo conflito armado em busca de porto seguro noutros distritos de Cabo Delgado, mas também nas províncias vizinhas de Niassa e Nampula.
“Houve um aumento significativo no número de deslocados internos – aproximadamente 100.000 novos deslocados desde Novembro de 2020 – como resultado da violência contínua”, em que algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019. (Condições)
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