André Matsangaíssa: paz
André Matsangaíssa diz que deixou as matas para perseguir a paz, principalmente no Centro de Moçambique, de forma pacífica.
Esta alegação foi por ele feita em público após ser recebido em Maputo pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, em Maputo.
De seu nome conhecido André Oliveira Matsangaíssa, o mais recente e conhecido desertor da Junta Miliar da RENAMO é sobrinho do fundador da RENAMO (filho de Oliveira Matsangaíssa – irmão mais velho do falecido comandante André), André Matadi Matsangaíssa, natural da província central moçambicana de Manica.
Para além de em algum momento ter se destacado entre os que tenta(ra)m fazer descarrilar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em marcha desde Agosto de 2019, este jovem assumiu cargos de alguma relevância na Liga da Juventude da RENAMO em Manica, concretamente em Gôndola, sua terra natal.
Tanto quanto se sabe, André Matadi Matsangaíssa, fundador da Resistencia Nacional Moçambicana (RENAMO), não teve esposa, muito menos filhos.
“O objectivo que me leva a estar aqui principalmente é a paz. Paz que deve haver no Centro do país”, enfatizou André Oliveira Matsangaíssa, depois de ser recebido pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, no seu gabinete de trabalho em Maputo.
Visivelmente satisfeito e empolgado, Nyusi felicitou André Matsangaíssa pela sua decisão de voltar ao convívio normal no seio dos moçambicanos.
“Vou também felicitar as Forças de Defesa e Segurança pelo facto de não pensarem sempre que as vitórias se fazem na guerra sacrificando a vida de uma pessoa”, disse o estadista moçambicano.
O Presidente da República de Moçambique prosseguiu afirmando que a maneira pacífica que levou André Matsangaíssa a regressar ao convívio é uma das maiores vitórias dos moçambicanos.
“Portanto, nem sempre as vitórias têm que ser conseguidas no teatro combativo ou operativo e esta é uma maneira correcta de respeitarmos as nossas diferenças”, vincou Nyusi.
O presidente da República felicitou também o representante do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique e presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, que “influenciou” André Matsangaíssa a enveredar pelo diálogo.
“Vou usar esse espaço para, precisamente como eu disse, felicitar e dizer que os moçambicanos terão que olhar no Júnior [sic], e nos familiares que ajudaram para trazer ele aqui como moçambicano que quer viver connosco, mesmo na diferença”, disse Filipe Nyusi.
Explicou que o facto de ele (André Oliveira Matsangaíssa) ter decidido abandonar as matas não quer dizer que deixou de ter as suas próprias convicções.
Aliás, referiu que “André Matsangaíssa tem as suas ideias próprias. O que se pretende apenas é que os moçambicanos saibam a viver na diferença”, disse Nyusi, até fazem bem porque permitem corrigir aquilo que está errado.
O chefe supremo das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique apelou aos homens (ainda) armados da RENAMO que se encontram nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Niassa para “que se juntem à razão do povo moçambicano para permitir o desenvolvimento do país”.
Muitos acreditam que a deserção do jovem André Oliveira Matsangaíssa é mais um forte revés para o major general Mariano Nhongo, líder da autoproclamado Junta Militar da RENAMO.
Redactor