A desonestidade com Nyusi

Filipe Jacinto Nyusi, actual Chefe de Estado de Moçambique, cujo segundo mandato está prestes a findar e, por força da Constituição da República em vigor, não pode mais concorrer, está, no meu modesto entender, a ser injustiçado por muitos.

Explico-me: tanto quanto consta publicamente, Nyusi, o Filipe, nunca teve planos nem pretensões de presidir ao partido Frelimo, muito menos ao Estado moçambicano.

É sabido que, como pessoa, o engenheiro do planalto dos macondes não tinha projecto político para governar Moçambique, mas, sim, foi querido por alguém ou por determinada instituição, com morada física conhecida, para ele ser querido para querer ser querido pelos moçambicanos, ou pela sua maioria.

Logo, ele nunca desenhou projecto político algum nem alimentou/manifestou interesse por o que quer que seja. Assim sendo, a responsabilidade pelos sucessos e por eventuais fracassos no seu exercício como líder do partido ou Chefe de Estado nunca e jamais devia ser assacada ao filho de Jacinto de Cabo Delgado, mas àquele que o quis para ele querer para ser querido pela generalidade ou maioria dos moçambicanos.

Da mesma forma, não percebo as lamúrias, desconforto e/ou inquietações de alguns colegas sobre as declarações da camarada Emília Jubileu Moiane, feitas no final da recente III Sessão Ordinária do Comité Central do partido Frelimo, na cidade da Matola.

Aí e naquele instante, a camarada Emília Moiane estava pura e simplesmente a cumprir uma missão partidária.

Espantosamente, alguns colegas acusam a colega Moiane de “escova”. No meu modesto entender, a mulher que, indicada por alguém, é, hoje, directora do Gabinete de Informação (GABINFO), fez quilo que qualquer um faria naquele contexto.

Pelo menos no tempo do Presidente Machel, o Samora, ele dizia que um incompetente não deve ser responsabilizado e que o ónus dos seus descalabros devia ser assacado àquele que o colocou na dianteira de algo.

Não podemos ser tão desonestos ao ponto de tentar responsabilizar pessoas que nunca tiveram planos nem projectos para fazer determinadas coisas, mas que o fizeram ou o fazem a mando de alguém. É a este ou a instituição que o mandou fazer que se devem atribuir os louros ou exigir responsabilidades pelos sucessos e eventuais fracassos, respectivamente.

Estou a falar só!

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 12 de Abril de 2024, na rubrica TIKU 15.

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