Alívio e estupefação
Alívio e estupefação – Caiu bem no seio dos empresários o mais recente decreto presidencial no âmbito do estado de calamidade para melhor enfrentamento da pandemia da covid-19 em Moçambique.
É convicção da maioria dos empresários, principalmente os do sector do Turismo, um dos mais castigados pela pandemia, que com as medidas anunciadas esta quarta-feira pelo Presidente da República a esfera pode conhecer uma retoma substancial.
O ponto mais aplaudido é a suspensão, para já por sessenta dias, do recolher obrigatório que oficialmente vigorava até ao dia 16 deste Fevereiro de 2022, apesar de, praticamente, ignorado por muitos, deixando no ridículo quem o proclamou e dando campo para o oportunismo de alguns agentes desonestos das forças da Lei e Ordem.
Tudo indica que o chefe de Estado optou por passar para o lado individual a responsabilidade da luta contra a covid-19 ao apelar nesse sentido e à adesão massiva à vacinação.
Como não há bela sem senão, há quem aponte algumas incongruências no decreto presidencial desta quarta-feira, designadamente a opção pelo fim do recolher obrigatório que vigorava entre as 00 horas e as 04 horas, mantendo a limita tacão do horário dos veraneantes de se fazer às praias, por exemplo.
É, ainda, questionada a razoabilidade do fim do recolher obrigatório, mantendo, no entanto, limitação do funcionamento dos restaurantes, bem como a permissão da participação de um máximo de mil pessoas em delírio, num espectáculo, mas limitando para apenas 200 nos funerais, onde as pessoas estão mais recatadas.
Enfim, é mais uma etapa da luta contra um inimigo invisível e de estratégia ainda por compreender.
O certo é que, por enquanto, os que lucravam de forma desonesta à custa das privações dos moçambicanos terão de buscar outras formas de enriquecer ilicitamente.
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente. (Alívio e a estupefação)
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo intitulado “Alívio e estupefação” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 18 de Fevereiro de 2022, na rubrica de opinião denominado TIKU 15
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