Amade raptado na RAS

Amade – Anifo Amade é o nome do moçambicano raptado em plena luz do dia na passada sexta-feira (12Jul19) no bairro de Bedforview Garden, leste do centro da cidade de Joanesburgo, por três pessoas desconhecidas ainda em fuga com a vítima.

Um membro da família de Amade disse ao jornal Correio da manhã na “Cidade de Ouro” que o rapto aconteceu cerca das 15 horas quando Anifo e seu irmão saiam da casa da respectiva mãe depois de almoço.

Amade é uma figura conhecida por grande parte da comunidade moçambicana residente na África do Sul, onde vive há mais de 20 anos.

Desde o seu rapto a família ainda não recebeu qualquer informação sobre o paradeiro de Anifo nem reclamação de valores ou condições para a sua soltura.

O filho de Anifo Amade não aceita dar entrevistas a jornalistas para falar do caso que abala a família, mas o assunto foi reportado à Polícia.

A alegação do filho de Amade é de que se pretende evitar “atrapalhar os esforços” em marcha visando recuperar o sequestrado em segurança.

Outro elemento da família da vítima abordado pelo Correio da manhã igualmente declinou fazer comentários, alegadamente para evitar entrar em choque com o filho de Anifo Amade, proveniente do distrito de Buzi, província de Sofala, centro de Moçambique.

Lá (na África do Sul) como cá (em Moçambique), casos de rapto de pessoas suspeitas de possuir riqueza ocorrem esporadicamente, sobretudo na comunidade de pessoas de origem asiática, e habitualmente os raptores exigem avultadas quantias de dinheiro para libertar os seus reféns.

O instituto sul-africano de Estudos de Segurança considera que casos de rapto de empresários abastados assustam investidores locais e estrangeiros onde quer que seja.

Em 2018 a Polícia Internacional (Interpol) identificou o moçambicano Momade Assif Abdul, mais conhecido por Nini, como um dos líderes do sindicato de raptores na África do Sul.

A captura de Nini na Tailândia, em 2018, foi acolhida como podendo ajudar esclarecer casos de raptos de empresários nas cidades do Cabo e Durban, ambas potencialmente turísticas na África do Sul.

A outra face da violência

Algures na Cidade do Cabo, outra região afectada pela agudizacão da criminalidade na RAS

Raptos a parte, a criminalidade continua em alta na África do Sul.

Três moçambicanos foram assassinados ha uma semana no bairro de Fillippi, na cidade do Cabo.

Trata-se de dois irmãos cujos restos mortais aguardam transladação para Moçambique.

Os residentes de Fillippi querem a colocação de militares, ao invés de agentes da Polícia que parecem ter perdido a batalha contra criminosos.  O Governo correspondeu positivamente à petição popular e de imediato foram despachados militares para tentar controlar a criminalidade.

O taxista Vladimir Gomes, de 40 anos, também engrossou a lista de moçambicanos vítimas de crimes violentos que diariamente flagelam a vizinha África do Sul.

Gomes, há quase duas décadas a fazer “chapa” (transporte semi-colectivo de passageiros) entre Moçambique e África do Sul, sucumbiu a ferimentos de balas disparadas por desconhecidos que assaltaram e roubaram a sua viatura depois de se descomandar e capotar na passada sexta-feira algures e território sul-africano quando fazia o percurso Pretória-Maputo.

O taxista perdeu a batalha pela vida no leito hospitalar dois dias depois de ter sido baleado, quando a equipa médica ainda tentava extrair os projécteis fatídicos que o atingiram e se alojaram no seu corpo.

Os restos mortais de Vladimir Gomes são aguardados esta sexta-feira em Moçambique para o devido enterro.

As autoridades sul-africanas estimam a ocorrência média diária de 57 assassinatos na África do Sul e os moçambicanos figuram na segunda posição na lista da diáspora mais criminosa na terra de Nelson Mandela.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

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