As mhakas do IV censo geral

Está em marcha (1 a 15 de Agosto corrente) o IV censo geral da população e habitação de Moçambique, desde que o país é um Estado independente e soberano mas já há muitas mhakas em seu torno..

Greves, manifestações e reivindicações disto e mais aquilo levam alguns dos mais cépticos a torcerem precocemente o nariz quanto aos que nos será dado como “resultado” deste esforço. Mas isso são matérias de outros “departamentos”.

Para não ser muito enfadonho, não vou fazer nenhum historial do evento, mas não resisto a comentar sobre alguns aspectos que julgo pitorescos, apesar de ainda não ter sido atingido pela operação:

Nesta era de massificação das tecnologias de informação, vulgo TICs, pouco permanece na situação de exclusividade ou segredo de grupos restritos, o que em parte é bom, mas também nem sempre o é.

Atitudes que podem descredibilizar o censo geral de 2017
Atitudes que podem descredibilizar o censo geral de 2017

Foi graças a essas TICs que, mesmo antes de ser abrangido pelo censo, tive acesso ao questionário, que me causou algum espanto/estranheza, no que a algumas questões tange, a saber:

PESSOAS A INSCREVER.

Todas as pessoas que não vivem habitualmente no agregado familiar (visitantes), mas que aí passaram a noite do dia 31 de Julho para 1 de Agosto de 2017.

Todas as pessoas que faleceram foi depois das 0 (zero) horas do dia 1 de Agosto de 2017, mas que residiam no agregado.

 PESSOAS A NÃO INCREVER NO BOLETIM

Todas as pessoas nascidas no dia 1 de Agosto de 2017 ou depois.

Uma pergunta que poderá ter resposta pouco fiável, por isso talvez escusada:
Tem crédito bancário numa instituição financeira controlada?

Porque não se pensou em aproveitar (incluir) as TICs para a realização do censo? Talvez fosse mais flexível, fiável e menos oneroso.

Podia, também, se ter pensado em incluir brigadas móveis e/ou fixas para facilitar o processo, tendo em conta o ram/ram que actualmente caracteriza o quotidiano da maioria das pessoas.

Também estou a pensar nos cidadãos nacionais residentes em parte incerta. Será que, de verdade, todos esses serão abrangidos ou vai se fazer de conta que o recenseamento foi mesmo abrangente?

Fui!

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF  do jornal Correio da manhã no dia 04 de Agosto de 2017, na rubrica semanal TIKU 15

 PS:

Este domingo (06 de Agosto à saída da missa dominical, fui interpelado por alguns “irmãos em Cristo” na habitual cavaqueira à saída do culto. Me contaram/conversamos sobre muitos casos “estranhos” deste censo geral, incluindo casos de residências (de alguns deles) já com a etiqueta de ”casa recenseada”, enquanto nunca foram abordados por nenhum recenseador, de se ter encontrado crianças e/ou empregado(a)s doméstico(a)s que para além de dizer que “os adultos não estão” nada mais acrescentaram, mas a casa foi dada como “recenseada”, da aparição de uma única pessoa se identificando como recenseadora e depois colar a dita etiqueta, de uma casa ao lado já “visitada” e outra vizinha não, entre outros casos.

Oxalá se vá a tempo de se corrigir estes “casos”, sob pena de estarmos perante um “presumível” recenseamento.

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