Atacada base da Junta Militar

Atacada hoje uma base de guerrilheiros da Renamo, que apoia a autoproclamada Junta Militar do partido, em Chipindaumwe, distrito de Gondola, província de Manica, centro de Moçambique, de acordo com o líder do grupo, citado pela Lusa.

Mariano Nhongo, tenente-general da Renamo e líder da Junta Militar, disse que um contingente das Forças de Defesa e Segurança invadiu uma base do grupo e disparou contra os guerrilheiros ali entrincheirados.

A base fica a pouca distância do local onde foi atacado um autocarro de passageiros, em que três pessoas ficaram feridas na quinta-feira, junto ao rio Pungue, zona limítrofe entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.

“Temos homens (guerrilheiros) que estão sendo atacados neste momento” disse à Lusa Mariano Nhongo, sem detalhes, avançando que o grupo estava a desdobrar-se para responder à ofensiva.

Apesar de as hostilidades entre Governo e Renamo terem cessado em Dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da Renamo, permanece “entrincheirado nas matas”.

O grupo, que se autodenomina Junta Militar da Renamo, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.

Na quinta-feira, uma fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque ao autocarro de passageiros, classificando-o como “uma forma de chantagem” contra a Junta Militar, que formou uma direcção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com acção militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.

No início do mês, o grupo denunciou um plano de ataque às suas bases por forças estatais, e acusou o líder do partido de ter fornecido as coordenadas das bases dos guerrilheiros contestatário.

A notícia de que foi atacada uma base da Junta Militar da RENAMO surge justamente no último dia da visita do Papa Francisco a Moçambique, durante a qual colocou a paz e a reconciliação nacional como estandarde da sua estada no país africano.

Redacção

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