Até quando?

Até quando a situação ficará assim? Inocentes continuarão a morrer, crianças, jovens e idosos fugirão das suas terras pelo medo da morte ou melhor do terrorismo. Temo também pela vida dos nossos irmãos, militares, que a maioria é jovem e não muito experiente com situações de guerra. Até quando soprarão os ventos a favor de Cabo Delgado?

Tudo começou formalmente em 2017, quando um grupo de pessoas que professam a religião islâmica assassinou sem dó nem piedade os nossos irmãos, incendiaram casas e expulsaram forçosamente os residentes de alguns distritos em Cabo Delgado.

Informações revelam que alguns participantes, ou melhor, membros dos grupos terroristas são pessoas com a nacionalidade moçambicana e que possuem um baixo nível de escolaridade, que são atraídos por falsas promessas, pobreza, busca de rendimentos, que se aliam ao terrorismo em busca de melhores condições de vida, assassinando sem dó nem piedade os residentes que não têm como defender-se (INOCENTES).

A província de Cabo Delgado é uma das mais empobrecidas do país, porém a mesma é muito rica em recursos minerais, o que atrai o olhar ambicioso de várias pessoas em todo o mundo. E é comum em países ricos em recursos naturais e particularmente exportadores de recursos petrolíferos (incluindo gás), tal como Moçambique, caracterizado por instituições fracas, elevados níveis de desigualdades sociais e de pobreza serem vítimas de invasões terroristas, como exemplos de países que sofrem situações similares, os da região da Bacia do Lago Chade (Chade e Nigéria, dentre outros), que são vítimas da insurgência do Boko Haram.

Várias vezes a população refugiada em outras províncias devido aos pasmos da guerra afirmam que os terroristas dizem-se ser os salvadores da população local, e vêm para fazer o que o Governo não consegue fazer, que é fornecer condições básicas para uma boa qualidade de vida, tendo em conta que a província possui vários recursos minerais, o mínimo que devia acontecer seria a província ser uma das mais desenvolvidas. Porém, eles falam, e fazem o contrário, das tais palavras de salvação e melhorias de vida que se propõem a trazer para a comunidade cadê? Não vemos nada além de mortes, destruição e fome. Será que essa é a revolução que pretendem?

Mas a questão que fica é: quem financia os insurgentes no Norte do país? Informações até aqui disponíveis não revelam exactamente os financiadores, porém, hipóteses suspeitas mostram que o tráfico de rubis, madeira, drogas e outros mecanismos facilitam o acesso aos equipamentos bélicos, alimentação, vestuário e muito mais para os insurgentes.

A questão que não quer calar é: por que estão em Cabo Delgado? O que lhes terá atraído? Quem financia esse escrutínio de massacre humano? Até que ponto coloca em causa a vida de inocentes? Que culpa os nossos irmãos decapitados, baleados e queimados têm? Se é de diamante, ouro, pedras preciosas, gás ou mais que precisam por que não o fazer de forma certa sem o envolvimento de vítimas?

O nosso Governo viu que as nossas FADM não estavam preparadas o suficiente para enfrentar os assassinos, de tal forma que assinou um acordo com o governo ruandês para que lute por nós, e, quiçá, tem mais privilégios que os nossos militares.

Mas por que o nosso Governo não aprende dos capacitados e implementar aqui, no princípio dos ataques muitos dos nossos jovens militares perderam as suas vidas e outros até abandonaram os campos de batalha, por temer pelas suas vidas?

Essa é uma situação que não traz paz para ninguém. Diz-se que ninguém próspera na base da dor de um outro irmão, mas o que vimos é diferente, várias pessoas ficam milionárias a cada dia que passa com o derramamento de sangue de pessoas inocentes, não se entende a força que move as suas convicções, mas sejam quais forem estão a nos trazer dor e sofrimento.

Até quando durará este cenário? De quanto precisa-se e o que precisam para deixar pessoas inocentes em paz? Quanto acham que vale uma vida? (oremos por Moçambique, precisamos de um milagre em todos os sentidos).

NOÉMIA MENDES

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 16 de Fevereiro de 2024, na rubrica de opinião denominada Geração 2000

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