Banda Kakana

Banda Kakana  – Música é um conjunto de sons harmoniosos, agradáveis ao ouvido e que, sem cacofonia, são executados pelo Homem, sendo os mesmos provenientes da utilização da sua voz, lábios, bater dos seus pés no chão, mãos, instrumentos musicais convencionais ou inventados e improvisados na ocasião em que ela é exercida.

Provocaria polémica tamanha, sem fim, nem quartel e guerra sem tréguas possíveis se eu dissesse que é a melhor banda, genuinamente, moçambicana de todos os tempos.

Já estou a ver a cara franzida de espanto e cepticismo do Arão Litsure, Gabriel Chiau, José Mucavel, Yana Mungwambe, Roberto Chitsondzo, Stewart Sukuma, Neima Alfredo, Ali Faque, Zaida Lhongo, no seu eterno repouso no Palácio Celestial, Hortêncio Langa, Xidiminguana, Jimmy Dludlu, Mingas e, enfim, uma interminável plêiade de artistas musicais de grande e inigualável quilate abundantes na nossa praça e mercado nacionais da boa música concebida, executada e vendida.

Com “Banda Kakana” e com a prévia e devida permissão dos nossos respeitados “Reis Magos” da nossa boa música, eu quero, nesta reflexão, personificar a todos os nossos operários deste belo ofício, da idade do Homem na Terra. O Homem sempre expressou os sentimentos das profundezas da sua alma através do canto e dança.

Onde, em título desta “escrita” se lê o nome daquele promissor agrupamento musical nacional, considerem-se todos os “ene” e bons artistas moçambicanos ali, com justiça, inclusos.

Os que me conhecem que o confirmem: porque gosto e consumo a música moçambicana faço, resolutamente, a advocacia incondicional da mesma.

A primeira brecha a fecharmos em prol da sua defesa chama-se má qualidade. O artesão nacional fazedor da nossa música deverá cuidar de evitar colocar no ouvido do consumidor um trabalho medíocre. É muito mau para ele e péssimo para esta actividade nacional.

Com a qualidade melhorada, a nossa música – vemos isso com a brasileira, a de Cabo Verde, a congolesae etc – poderá ensaiar passos decisivos rumo à sua exportação, uma vez bem saciada a sua procura dentro País. Atenção: somente a bolacha Maria com qualidade é exportável. Deste modo, comparativamente, só a música com qualidade terá demanda no exterior.

O músico nacional, sob a sombrinha, da sua forte Associação sócio-profissional, deverá estreitar e melhorar ainda mais os já existentes laços de parceira e de cooperação, com o Ministério da Cultura e Turismo, no sentido de ser dada nova e alma mais dinâmica à actual Política Musical de Moçambique.

O músico moçambicano terá que criar condições para viver, com dignidade, através deste nobre e bonito ofício de fazer música. O diapasão da nossa música é alto e bom. Temos excelentes e muito criativos executantes da nossa música.

O músico moçambicano, devidamente apoiado pela sua respectiva Associação sócio-profissional deverá começar a exigir o fim do tratamento discriminatório e vexatório, que lhe é dado de ser sempre “fauna acompanhante” quando há espectáculos no País contando com a presença de artistas estrangeiros. Não prego a xenofobia musical. Pugno pela dignidade do músico indígena e nativo.

E quando a Lei do Mecenato terminará a sua hibernação, que já dura desde 1994 (Lei nº. 4/94, de 13 de Setembro, Publicada no Boletim da República nº 37, de 13 de Setembro de 1994)?

António Matabele

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