Ben-Ben: JLo supreende
O Presidente angolano, João Lourenço (JLo), homenageou hoje o general Arlindo Chenda Pena “Ben Ben”, desejando que “os seus restos mortais descansem em paz na terra que o viu nascer e pela qual pugnou em nome da reconciliação” (ver Cm na sua versão PDF desta sexta-feira).
A homenagem foi prestada no quartel Regimento de Infantaria 20 (RI20), em Luanda, para onde foi transportado o corpo de “Ben Ben”, que chegou na quinta-feira a Angola, 20 anos depois de ter sido sepultado na África do Sul, onde morreu em 1998, vítima de doença.
Depois das honras militares, João Lourenço, curvou-se perante a urna contendo os restos mortais do general, deixou palavras de conforto à família e assinou o livro de honra.
“Neste momento de consternação, esta é a derradeira homenagem ao general Arlindo Chenda Isaac Pena ‘Ben-Ben’, ex-chefe adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA). Desejo que os seus restos mortais descansem em paz na terra que o viu nascer e pela qual pugnou em nome da reconciliação, do desenvolvimento e da democracia. Uma palavra de conforto as FAA e a família”, escreveu João Lourenço.
Os restos mortais do general – que à data da morte era chefe adjunto do Estado-Maior das FAA, depois da carreira militar nas FALA, antigo braço armado da UNITA – estão a ser velados hoje no Regimento de Infantaria de Luanda.
O vice-chefe de Estado angolano, Bornito de Sousa, o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, membros do Governo, do Conselho Superior da Magistratura Judicial angolana, deputados, políticos e demais actores da sociedade também homenagearam “Ben-Ben”.
O ministro da Defesa Nacional de Angola, Salviano de Jesus Sequeira, assinalou a relevância do momento, considerando ser uma “homenagem merecida” e com um “significado especial para o país”.
Para o governante, a cerimónia de homenagem ao antigo chefe adjunto das FAA traduz-se na “continuação da reconciliação nacional e na solidificação da paz” em Angola.
Já o chefe de Estado Maior General das FAA, Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, augurou que a alma de o general falecido, “descanse em paz”, sublinhando igualmente ser uma “homenagem merecida”.
O Governo de Luanda considerou na quinta-feira que o repatriamento dos restos mortais do general angolano para Angola constitui um “acto de grande significado histórico” para o país.
Para o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Francisco Queirós, a trasladação para Angola dos restos mortais do general constitui mais uma reaproximação dos cidadãos angolanos, após uma guerra civil de quase 30 anos.
O ministro angolano ressalvou que o repatriamento dos restos mortais de “Ben Ben”, que estava sepultado num cemitério em Zandfontein, próximo de Pretória, só não ocorreu mais cedo porque Angola vivia um contexto de guerra civil, “caracterizado por muitos bloqueios, muitas tensões e também muita hostilidade entre irmãos”.
Também na quinta-feira, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, considerou o ato como “mais um passo” na remoção dos obstáculos para a reconciliação nacional dos angolanos.
O líder da UNITA, maior partido da oposição, destacou o apoio do Presidente angolano, depois de anos em que tudo parecia “impensável”.
“Temos todos de reconhecer, não só o facto de ter sido possível, hoje, trazer o corpo do general ‘Ben Ben’ para Angola, como também que tudo se processou de uma forma bastante rápida quando, ao longo desse tempo todo, parecia ser impensável fazer-se este ato hoje. É importante quando estamos a falar da reconciliação nacional, da unidade dos angolanos”, frisou.
Redacção & LUSA