Angola é dos honestos

O reinado do engenheiro de petróleos José Eduardo dos Santos nos destinos de Angola terminou. Primeiro entregou a chefia do Estado angolano a um suposto delfim yes man e depois a liderança do partido Movimento Popular para Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência proclamada em Novembro de 1975.

Na hora de saída, Zé Dú pediu desculpas por erros cometidos durante a sua governação de cerca de 38 anos.

Explicou que cometer erros faz parte da vida de seres humanos. Ninguém bateu palmas entre os delegados na sessão do congresso extraordinário do partido, quando José Eduardo dos Santos pronunciou estas palavras.

O novo timoneiro, o general militar na reserva, João Lourenço, respondeu mais ou menos que corrupção e o nepotismo são males que caracterizaram Angola e mancharam o partido nos últimos anos, criado e defendido com sacrifício e sangue de angolanos honestos.

Últimos anos subentende ser implícita referência ao reinado de José Eduardo dos Santos.

Segundo João Lourenço, o combate contra os males apontados deve ser firme mesmo que personalidades de proa do partido envolvidas em falcatruas sejam as primeiras a tombar. Houve muitos aplausos de delegados na sala do congresso extraordinário ao ouvir estas palavras.

A coragem de João Lourenço contra a velha guarda que prevaricou na gestão de coisa pública beneficiando filhos, familiares e companhia, faz recordar a coragem de Wanyenga Xitu, aliás Mendes de Oliveira, que desafiou uma professora branca numa sala de aula no tempo colonial durante discussão, e no fim escreveu, ANGOLA É DOS ANGOLANOS. Está na obra literária Mestre Tamoda.

João Lourenço defende Angola dos angolanos honestos.

África, incluindo a minha aldeia, precisa dos africanos honestos para vencer os enormes desafios de pobreza, analfabetismo e subdesenvolvimento.

O académico queniano, Patrick Lumumba, denunciou recentemente a falta de liderança honesta em África.

Dos 55 países africanos, o académico indicou apenas três líderes que para ele mostram sinais de seriedade e honestidade perante desafios que os seus respectivos países enfrentam, nomeadamente John Magufuli, da Tanzania, Paul Kagame, do Ruanda, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul. Mas para este ultimo, Patrick Lumumba aguarda nova avaliação depois das eleições gerais de 2019.

O Rancor do Pobre acrescenta João Lourenço, que mostra sinais de coragem, determinação e acções práticas em prol de uma Angula dos angolanos honestos.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 12 de Setembro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE. Caso esteja interessado em receber regularmente a versão PDF do jornal Correio da manhã manifeste esse desejo através de um correio electrónico para corrreiodamanha@tvcabo.co.mz, correiodamanhamoz@tvcabo.co.mz, ou geral@correiodamanhamoz.com.

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