Cabo Delgado: 1,1 mil ME

Cabo Delgado – Vários financiadores manifestaram esta segunda-feira interesse em investir 1,3 mil milhões de dólares norte-americanos na participação accionista da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), no consórcio de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma, norte de Moçambique.

O investimento no projecto de gás natural liquefeito moçambicano foi apresentado como “um dos maiores negócios” em negociação no Fórum de Investimento Africano, que decorre até quarta-feira na capital sul-africana.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, juntamente com o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Adesina Akinwumi, e o administrador da estatal ENH, Omar Mithá.

“Como referiu o presidente do BAD, é um dos maiores investimentos em negociação aqui no Fórum de Investimento Africano e Moçambique precisa de projectos que desenvolvam [a economia], promovam a criação de emprego, assim como outros sectores de actividade económica como a agricultura”, afirmou o governante moçambicano.

Comprometimento dos investidores na cimeira de Sandton

O presidente do BAD, Adesina Akinwumi, salientou que se trata do “maior negócio no projecto” da instituição, “com um valor global de 25 mil milhões de dólares norte-americanos”, tendo em conta “a importância do sector LNG [gás natural liquefeito, na sigla em inglês] em Moçambique”.

Já o presidente da ENH, Omar Mithá, referiu que “o projecto pretende distribuir 400 milhões de metros cúbicos a nível interno, será transformativo para a região e é um dos três megaprojectos que transformará a economia moçambicana nas próximas décadas”.

“Estima-se que Moçambique irá contribuir com 4% da produção global, a par com o Qatar, a Austrália e os Estados Unidos”, salientou.

Aspecto da cimeira sobre investimentos a decorrer em Sandton, Joanesburgo

A ENH realizou esta segunda-feira no Fórum de Investimento Africano, em Joanesburgo, um ‘road show’ com vista a atrair investimento para a participação accionista de 15% que detém nos 40% alocados à participação accionista no projeto LNG no norte de Moçambique, no valor global de 25 mil milhões de dólares norte-americanos, sendo os restantes 60% comparticipado por financiamentos de instituições financeiras, explicou uma fonte do BAD.

Entre os investidores, contam-se os principais bancos sul-africanos, o BAD, além de instituições financeiras da União Europeia e ainda do Médio Oriente, disse uma fonte da ENH.

O projecto de gás natural na Bacia do Rovuma deve entrar em produção no final de 2024, adiantou a mesma fonte.

O plano de desenvolvimento do projecto de gás natural liquefeito da Área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está avaliado em 25 mil milhões de dólares norte-americanos – o dobro do produto interno bruto (PIB) do país, ou seja, a riqueza que o país produz anualmente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), estima que o projecto LNG colocará a economia do país a crescer mais de 10% ao ano.

 (Correio da manhã de Moçambique)

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