Campanha deprimente!

Começou, oficialmente, a campanha eleitoral rumo às autárquicas marcadas para 10 de Outubro deste 2018, mas que, na prática, em alguns círculos já decorria há muito tempo, sob capa de pré-campanha ou simplesmente “realizações políticas de rotina”.

Espantoso é que alguns dos três maiores partidos políticos com representação parlamentar, mesmo no dia 25 de Setembro não iniciaram a chamada “caça ao voto”, sob os mais variados subterfúgios, com maior destaque para a alegada falta de meios logísticos.

Comicamente, outros, logo no segundo dia da campanha, já a interrompiam, alegadamente para “fazer balanço” ou para fazer “trabalho interno” ou ainda a “afinar a máquina”. Depois vão se queixar disto e mais aquilo…

Nos locais onde a campanha arrancou oficialmente na data aprazada pelos órgãos eleitorais competentes, não faltaram os já velhos atropelos, que de falhas pouco ou nada têm, senão mesmo jogo sujo.

Os de costume agridem selvaticamente os adversários (a quem eles chamam de inimigos) e apareceram a usar meios do Estado, enquanto quem de direito assobia para o lado, num gesto claro de embrutecimento dos restantes cidadãos.

Membro da RENAMO no leito hospitalar depois de baleado em Tete
Membro da RENAMO no leito hospitalar depois de ter sido baleado em Tete

Em instituições públicas, de caridade, religiosas e em sinais de trânsito verticais foram afixados materiais de propaganda política.

De diversas formas indivíduos instrumentalizados ridicularizaram oponentes.

Em dois dias de campanha eleitoral oficial nem faltaram dados macabros: quatro mortos, todos ocorridos no Centro de Moçambique, sendo dois simpatizantes do partido Frelimo, que obitaram acidentalmente em Manica e outros tantos da Renamo (Zambézia).

Mais deprimente fica o quadro quando alguns dos ditos políticos, em plena campanha eleitoral para um pleito autárquico (local), mal usam a oportunidade para divulgar os seus supostos manifestos eleitorais, desperdiçando tempo, energias e recursos múltiplos passando mensagens simplesmente ocas e em alguns casos em português muito mal tratado, ao invés de falar em línguas nacionais.

Pior ainda, alguns se perdem com a promoção de indivíduos numa aparente ignorância (?) de que no actual modelo nos boletins de voto não aparecem caras mas apenas símbolos e nomes de partidos políticos, coligações e grupos de cidadãos concorrentes.

Mais: num ambiente fértil em provocações gratuitas e em momento de suposta crise financeira (que pelo menos nós, os vulgares cidadãos sentimos de verdade) talvez fosse melhor investir mais no chamado modelo porta-a-porta ao invés de nos irritar com tanta barulheira e por vezes embaraço ao trânsito e exibicionismo insultuoso.

Pena que ainda há quem ainda dá ouvidos a esta palhaçada toda, na sua esmagadora maioria prenhe de mentiras, fingimentos e falsidades.

Campanha eleitoral simplesmente deprimente!

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 28 de Setembro de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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