Caos em Lebombo/Ressano

Caos – Turistas, mineiros e moçambicanos residentes na África do Sul enfrentam longa fila no posto de fronteira de Lebombo/Ressano Garcia a caminho de Moçambique para passarem festas de Natal e do final do ano na sua maioria com familiares e nas praias de Gaza e Inhambane.

Alguns viajantes não têm testes de COVID-19 e evitam fazê-lo na fronteira sul-africana.

Tirando um e outro pormenor, o cenário é de caos, com longas filas de carros de viajantes na autoestrada N4 a caminho de Moçambique, o mesmo que se assistiu nos anos anteriores.

A diferença com anos anteriores são as medidas de prevenção de coronavírus que incluem o uso de máscaras (tentativa de) distanciamento físico e tempo reduzido de funcionamento do posto da fronteira de Lebombo/Ressano Garcia.

Este ano, o posto de fronteira abre às seis da manhã e fecha as 22 horas, mas no passado, em períodos da quadra festiva, funcionava 24 horas por dia para lidar com o maior fluxo de viajantes para Moçambique.

A mudança de horário que condiciona o funcionamento do posto da fronteira de Ressano Garcia, do lado moçambicano, foi feita na sequência da implementação das novas medidas restritivas na África do Sul que incluem o recolher obrigatório das 23 horas até as 4 da manhã por causa da segunda vaga de infecções de coronavírus.

O governo sul-africano colocou agentes da Polícia para o controlo do tráfego ao longo da autoestrada.

Entretanto muitos moçambicanos residentes na África do Sul viajam sem Passaportes e testes de coronavírus. (caos)

Alegam que não têm dinheiro para pagar testes porque ficaram sem trabalhar quase todo o ano por conta das medidas de prevenção de coronavírus, mas querem juntar-se aos seus familiares em Moçambique para comemoração da quadra festiva de Natal e final do ano.

A escassos metros do posto da migração sul-africana de Lebombo, alguns viajantes escalam a montanha rochosa pelas matas de Lebombo fugindo dos agentes da Polícia e da migração a caminho de Moçambique sem Passaportes nem testes de coronavírus.

A maioria dos viajantes não observa distanciamento físico. Viaja em carrinhas de caixa aberta com cannopy ou em miniautocarros.

Porém, os mais precavidos, que incluem turistas sul-africanos têm testes, mas enfrentam a longa fila de carros para atravessarem a fronteira.

O posto de fronteira de Lebombo/Ressano Garcia é o único em funcionamento entre os dois países.

Eis mais uma imagem do caos que se vive na fonteira de Lebombo/Ressano Garcia

Apelos para a (re)abertura das fronteiras de Phafuri e Ponta do Ouro

Turistas estrangeiros cuja maioria vai a província de Inhambane, apelaram para a abertura da fronteira de Phafuri e Ponta do Ouro, mandados fechados o âmbito das medidas de prevenção da pandemia.

Devido a longa fila, camionistas moçambicanos foram dados prioridade para colocarem seus camiões a frente da longa fila de carros na autoestrada N4 a caminho de Moçambique. Alguns camionistas sul-africanos desistiram da fila e querem passar festas com famílias.

A fila de carros ligeiros a caminho de Moçambique com mineiros, turistas e moçambicanos residentes na África do Sul tem prioridade no atendimento nos escritórios da Migração em funcionamento no KM-7 nos quais trabalham equipas conjuntas de moçambicanos em sul-africanos.

Neste panorama de caos a Reportagem do Redactor contabilizou pouco mais de 500 camiões na estrada. 

Alguns camonistas disseram ao Redactor que estavam à espera de atravessar há três dias.

Só a empresa moçambicana Lalgy tem mais de 100 camiões na autoestrada ligando Moçambique e África do Sul, transportando ferro crómio sul-africano para exportação no porto de Maputo.

Viajantes desesperados

Mineiros moçambicanos regressam a casa sem infecções de COVI-19

A chefe do departamento de Mineiros e Compensações na Delegação do Ministério Moçambicano do Trabalho e Segurança Social na África do Sul, Isaura Muianga, disse em Komatipoort que os mineiros são as pessoas mais protegidas e seguras contra coronavírus.

Segundo ela, os mineiros fazem testes regularmente nas suas respectivas companhias. Isaura Muianga tentou desdramatizar a apreensão da maioria dos moçambicanos que consideram que sendo a África do Sul o pais infectados pela COVI-19 em África e agora na segunda vaga, os mineiros vão trazer a pandemia.

O movimento de viajantes para passarem a quadra festiva em Moçambique começou semana passada e vai aumentando. A maior parte dos mineiros foi dispensada pelas suas respectivas companhias a partir desta quarta-feira.

THANGANI WA TIYANI, correspondente do Redactor na África do Sul

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