Capitalismo
Capitalismo é um modo de produção historicamente iniciado com a queda de Constantinopla/Istambul, conquistada pelos turcos otomanos em 1453. Mas o capitalismo, como é conhecido hoje, surge em 1760. A origem do capitalismo ocorreu na Europa Ocidental por meio da ascensão da burguesia (habitantes dos burgos, classe, naquela altura, progressista na luta contra os senhores feudais). Era uma classe económica detentora dos meios de produção. Que os cientistas historiadores me corrijam se estou a laborando em erro de boa-fé.
O capitalismo, terá em termos de avanço dialéctico da roda dentada da história, a sua morte e desaparecimento, como modo de produção. Todos os seres com vida, morrem. Infelizmente nenhum ser vivo tem existência ilimitada, infinita. Só na matemática encontramos o conceito do infinito (∞). Mas a matemática não lida com seres vivos. Esta trabalha com realidades axiomaticamente exactas e por isso inertes. Sem necessidade de mutação. Dois mais dois foi, é e será sempre 4. Nunca será 22. Os conceitos matemáticos são coisas imortais. Por isso, no seu seio, é cabível o rumo ao infinito. Por isso não morrem. Não deixam de existir.
As sociedades humanas são seres vivos. A gestão destas padecem do destino da mortalidade. Um modo de produção, depois de atingir o seu cume, entra em processo irreversível de necessitar de mudança, ascendendo para níveis “mais superiores”. E sem esta sucessão dialéctica dos modos de produção dos velhos para os novos, não haverá progresso e consequentemente, não aconteceria o desenvolvimento do Homem. Haveria estagnação. Ausência de continuidade. Hiato. Entupimento. Obstrução.
Porque, em palavras muito populares, capitalismo é o modo de produção que permite que 1% da População Mundial seja detentora de 99% das riquezas mundiais e 99% da População Mundial seja dona de apenas 1% das riquezas do planeta. Capitalismo é o sistema que, através de um modelo de instrução distorcido, leva a maioria do Povo a convencer-se que é aquele o sistema de Educação ideal para ele e que o levará a libertar-se da pobreza!
Adentrando agora para o que consta dos compêndios, direi que o Capitalismo é o “sistema económico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objectivo de adquirir lucro. É, por consequência, um sistema social em que o capital está em mãos de empresas privadas ou indivíduos que contratam mão-de-obra em troca de salário. É um sistema económico que visa ao lucro e a acumulação das riquezas e está baseado na propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção podem ser máquinas, terras, ou instalações industriais, por exemplo, e eles têm a função de gerar renda por meio do trabalho” (Google, 02/02/2024).
As características mais importantes do capitalismo, são: i) o direito à propriedade privada; ii) a excessiva liberdade económica (a actuação desenfreada da chamada “mão invisível”); iii) a acumulação de riquezas nas mãos de poucas pessoas em detrimento da maioria do Povo; iv) o trabalho assalariado.
O Capitalismo por ser um modo de produção que atenta contra o espírito do “ubuntu” (palavra zulu e xhosa que significa “a humanidade para todos – e eu sou porque todos nós somos”) e do “ujamaa” (em swahili significa família extensa e irmandade), africanos, jamais deveremos vê-lo como o que nos levará ao desenvolvimento das Nações que compõem o nosso continente. Nós não somos capitalistas.
* Economista
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 05 de Janeiro de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato
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