CC provoca náuseas

CC provoca náuseas – A proclamação e homologação, no dia 14 deste Novembro, dos resultados das eleições autárquicas de 10 de Outubro passado, demonstrou, mais uma vez, as graves enfermidades de que padecem os órgãos eleitorais, desde o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Comissão Nacional de Eleições (CNE), e o Conselho Constitucional (CC), reforçados pela violência policial, que se confundem com meros destacamentos avançados do partido governamental.

A colagem intrínseca dos órgãos ao partido no poder provoca desconfianças que,  quase sempre, desembocam em conflitos de grandes proporções porque não são imparciais  na organização e condução dos processos eleitorais.

Enquanto não houver uma nítida separação e independência dos órgãos eleitorais em relação ao poder político, teremos, ao fim de cada ciclo eleitoral, confusão que deixam os moçambicanos de costas viradas devido ao monte de injustiças protagonizadas pelo STAE, CNE e Conselho Constitucional.

O pontapé de saída é dado pelo STAE que recenseia eleitores fantasmas e pouco faz para abranger todos os potenciais votantes das zonas onde a oposição  é preferência.

Em Gaza, por exemplo, o STAE chega a recensear cerca de 350%, uma cifra injustificável a todos níveis de argumentação.

Este fenómeno só pode ser explicado, talvez, através por magia. A bola vai rolando entre a CNE e o golo magistral é introduzido pelo Conselho Constitucional para o gáudio da polícia. Assim, surgem as vitórias “retumbantes, convincentes e sufocantes”.

Afinal, são vitórias inconfessáveis, sujas, porcas,  mafiadas e cheias de sangue. Cabe ao povo terminar com essas aldrabices sem ter que esperar pela comunidade internacional que anda mais preocupada com o nosso carvão, gás, grafite e de nos chupar o tutano através das dívidas inconstitucionais que ela permitiu. Se o povo continuar a esperar pela acção  da comunidade internacional, o Sol nunca mais vai raiar para os moçambicanos devido a políticas desastrosas do governo.

Vimos, agora, quando todos nós dizíamos que não vamos pagar as dívidas ilegais, os credores acabaram se entendendo com os promotores dessas dívidas e o povo vai pagar a doer. O povo não foi levado em linha de conta e assistimos a preços de tudo a subir desde os combustíveis, gás  de cozinha, electricidade, carta de condução, etc., para fazer frente ao pagamento das dívidas inconstitucionais. Os  credores pararam com a investigação que vinham fazendo em torno desta questão por terem a garantia do retorno do seu dinheiro.

O Conselho Constitucional não é imparcial. Mandar repetir as eleições, apenas, em Marromeu, é muito pouco para o equilíbrio e justiça social. Era necessário que os municípios de Alto Molócue,  Monapo, Tete, Gurué, Moatize e Matola fossem entregues aos verdadeiros vencedores e não  a malabaristas da Frelimo. A polícia e os órgãos eleitorais ajudaram a Frelimo a “vencer” estas eleições.

Não se pode ter a pretensão de fingir que tudo está bem. Os órgãos  eleitorais, no seu esforço de tentar agradar a Frelimo, acabam semeando a árvore da guerra.

Edwin Hounnou

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 22 de Novembro de 2018 na rubrica semanal MIRADOURO

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