Chang desfaz as malas

Chang desfaz as malas –  O processo de extradição do antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, da África do Sul para Moçambique, iniciado na segunda-feira https://redactormz.com/chang-devolvido/ , foi abortado esta quarta-feira, na sequência de uma diligencia legal interposta pelo Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), liderado pelo académico Adriano Nuvunga.

Foi o próprio Adriano Nuvunga quem confirmou este facto ao jornal Redactor na tarde desta quarta-feira, especificando que a interpelação do FMO foi formalizada “às 07h30 minutos desta quarta-feira” por intermédio de um escritório de advogados sul-africana que assessora a sua agremiação.

Consequentemente, o Tribunal Superior de Gauteng acolheu a petição do FMO e imediatamente mandou suspender a execução do despacho do ministro da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Ronaldo Lamola, exarado esta segunda-feira, de acordo com a nossa fonte.

O processo agora abortado estava já numa fase de “velocidade de cruzeiro”, com Chang já sob custódia da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), que se preparava para embarcar o antigo deputado e ministro moçambicano para Moçambique, onde já haviam programas oficiosos com ele, incluindo uma chamada para depor como “declarante” no julgamento sobre as dívidas ocultas em marcha na cadeia de máxima segurança na macha, Maputo, vulgo BO.

Adriano Nunvunga referiu que a apreciação do dossier de 100 páginas interposta pela agremiação que dirige vai ocorrer esta sexta-feira em Joanesburgo. O FMO quer que o Tribunal reveja a decisão de Lamola e despache Manuel Chang para os Estados Unidos da América.

Manuel Chang, ministro das Finanças de Moçambique durante o Governo do Presidente Armando Guebuza (Fevereiro de 2005 e Dezembro de 2014) é apontado como quem deu aval para a contração de empréstimos secretos de cerca de dois mil milhões de euros que precipitaram a maioria dos moçambicanos para a pior crise financeira que experimentaram.

Segundo a investigação dos EUA, grande parte da fraude e lavagem de dinheiro passou por transferências processadas por instituições bancárias em Nova Iorque sob a batuta de Manuel Chang.

No contexto da acusação do Governo norte-americano, submetida em 19 de Dezembro de 2018, os procuradores norte-americanos pediram a detenção e extradição de Manuel Chang para Nova Iorque pela seriedade da ofensa criminal, risco de fuga e “evidência irrefutável de culpa”.

Esta segunda-feira, o Ministério da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul confirmou que “foi tomada a decisão de extraditar o arguido para Moçambique”.

O porta-voz do ministro da Justiça sul-africano explicou que Manuel Chang, detido desde 29 de Dezembro de 2018 na África do Sul a pedido dos EUA, será “entregue às autoridades moçambicanas para ser julgado ao abrigo da lei moçambicana por abuso de posição e função, violação de leis orçamentais, fraude, desfalque, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa”.

A decisão anunciada na segunda-feira foi recebida com consternação por algumas ONG moçambicanas que sempre se bateram para extradição de Chang para os EUA, por não acreditarem a independência das instituições de Justiça de Moçambique.

Os negócios causaram “dívidas ocultas” nas contas públicas moçambicanas, descobertas após vários anos e que prejudicaram gravemente o país.

A justiça moçambicana iniciou esta segunda-feira o julgamento do processo principal deste caso, com um total de 19 arguidos, incluindo um filho do ex-presidente Guebuza. (Chang desfaz as malas)

Redactor

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *