Cidadãos moçambicanos entre Zama Zama detidos

Cidadãos moçambicanos figuram entre os mais de quatro mil zama zama (garimpeiros ilegais) detidos pelas autoridades sul-africanas por acusações relacionadas a mineração ilegal e prática de outros crimes violentos, de acordo com fonte governamental da África do Sul.

A informação foi prestada esta sexta-feira pela Ministra sul-africana da defesa, Thandi Modise, sem, no entanto, precisar o número de moçambicanos implicados.

Modise disse apenas que “entre os detidos há 63 sul-africanos e perto de três mil cidadãos de Moçambique, Zimbabué, Lesoto, República Democrática do Congo, Nigéria, Quénia, Paquistão e Uganda.

A governante fez este balanço um dia após o presidente Matamela Cyril Ramaphosa ter autorizado o envio de 3300 militares para ajudarem a polícia a combater a mineração ilegal.

Disse também que nos tribunais há mais de quatro mil casos pendentes, relacionados com a violação das leis de Imigração da África do Sul.

Especificamente entre os meses de Abril e Agosto deste ano, de acordo com a Ministra da Defesa, 329 arguidos foram condenados por crimes de mineração ilícita e que mais de sete mil pessoas foram condenadas por violação da lei de imigração.

De referir que em meados deste ano, o Ministro da Energia e Recursos Minerais, Gwede Matanshe, chegou a dizer que a mineração ilegal é “uma sabotagem à economia sul-africana” e acusou o governo de Lesotho de “armar” os Zama Zama daquele país.

Dias depois o Executivo de Maseru apareceu a dizer que está disposto a cooperar na luta contra a mineração ilegal, facto que foi saudado pelo presidente Ramaphosa.

Presente também na conferência de imprensa desta sexta-feira (10 de Novembro), o Ministro da Polícia, Bhekokwakhe “Bheki” Hamilton Cele, disse que a luta contra a mineração ilegal não está apenas virada para “o peixe miúdo”, tendo revelado que já foram detidas nove pessoas “da classe média” ao mesmo tempo que estão a ser “sondados” outros “graúdos” que vivem na zona nobre de Sandton e em Dubai.

Bheki Cele diz que seis destes “chefes da classe média” são estrangeiros e três são sul-africanos sendo que no total foram confiscados bens que totalizam 38 milhões de rands (129.320.080 MZN).

O ministro da Polícia aponta as provinciais de Gauteng, Free State, North West, Mpumalanga, Cabo Setentrional e Limpopo como teatros da ocorrência de actividades ilegais de mineração.

Na África do Sul existem mais de seis mil minas abandonadas e aproximadamente 2300 delas foram identificadas como de alto risco.

São, maioritariamente, essas minas onde os zama zama desenvolvem as suas actividades.

RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul

https://bitly.ws/ZxXe

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