Compra de votos fragiliza

Compra de votos – A África do Sul prepara-se para as eleições municipais este 2021. Em cada partido político, os candidatáveis ensaiam estratégias de caça ao voto dentro das suas próprias organizações políticas.

As estratégias incluem a compra de votos dos seus camaradas em troca de nomeação para cargos de direcção e chefia.

A compra de votos dentro de partidos políticos tornou-se cultura. Quanto mais dinheiro tiver um membro mais votos compra, influenciando decisões a seu favor ou a favor do seu grupo dentro do partido. Esta situação gera facções ou alas divergentes.

O Congresso Nacional Africano (ANC) enfrenta o dilema de facções que se consolidaram durante a liderança de Jacob Zuma.

Em 2016, a divisão do partido em alas prejudicou este que é o movimento político mais antigo no continente africano, tendo perdido o controlo das cidades estratégicas do país, nomeadamente Joanesburgo, Pretória e Port Elisabeth.

As facções envolveram-se em guerras internas, deixando de dar cobertura às necessidades básicas do povo nas comunidades.

Outro problema de compra de votos tem a ver com a corrupção nas instituições a serem dirigidas por pessoas que chegaram a cargos de direcção e chefia através de esquemas ilícitos.

Os compradores de votos têm menos coragem de combater a corrupção ou troca de favores, porque eles próprios chegaram ao poder através do mesmo tipo de esquema ilícito.

Na África do Sul, o fenómeno foi identificado e denunciado pelo Comité de Integridade do ANC, que reconhece que muitos membros em diversas estruturas do partido e de instituições ascenderam a cargos de direcção e chefia através de suborno.

Este fenómeno ocorre também em outros países da região da África Austral que incluem a minha aldeia.

Em vésperas de eleições internas nos partidos políticos, há muita circulação de dinheiro e distribuição de favores.

Em Moçambique, Graça Machel, viúva do destemido combatente de corrupção Samora Moisés Machel, denunciou a compra de votos no partido Frelimo, dizendo, sem pestanejar, que havia pessoas que pagam dinheiro para serem membros do Comité Central da organização.

Segundo Graça Machel, também viúva do chamado pai da democracia sul-africana Nelson Mandela, quando o partido Frelimo foi fundada em 1962 o povo era a primazia do seu trabalho.

Agora a militância e o trabalho árduo em prol do povo são menos valorizados em relação ao dinheiro, nepotismo e favores sexuais.

O Partido Frelimo decidira pela eleição gradual dos membros ao Comité Central, mas hoje qualquer pessoa pode chegar ao prestigiado órgão através de compra de votos ou trocando favores.

O resultado da erosão dos valores ético-morais da corrupção generalizada é a fragilização de instituições públicas.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo intitulado “Compra de votos fragiliza … ” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 24 de Março de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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