Corrupção e hipocrisia

Corrupção e hipocrisia  – Os pais têm responsabilidade única de transmitir bons valores aos filhos de geração em geração nas famílias ou comunidades.

No entanto, na África do Sul e em Moçambique famílias de elites políticas são caracterizadas pela falta de respeito para com a coisa pública, nepotismo, regionalismo e corrupção. 

O Ministro sul-africano da Saúde, Zweli Mkhize, ora exonerado, facilitou esquemas de corrupção envolvendo seus associados, incluindo membros da sua família directa, num negócio da empresa Digital Vibes contratada para fazer campanha de marketing comunicacional das medidas de prevenção de COVID-19.

A Digital Vibes recebeu 150 milhões de randes, cerca de 10 milhões de dólares norte-americanos, de um contrato considerado ilícito. Zweli Mkhize tentou sem sucesso ludibriar a Unidade Especial de Investigação durante o inquérito, como acontece com ladrões.

Mais de 16 mil funcionários públicos sul-africanos, com salário mensal garantido, inscreveram-se e receberam corruptamente subsídios de 350 randes destinados a pessoas pobres e muito vulneráveis no âmbito da mitigação dos efeitos de COVID-19.

Em Moçambique, circula nas redes sociais e nos jornais desde semana passada e com actualização nesta terça-feira uma lista de figuras devedoras das rendas na Vila Olímpica, na cidade de Maputo.

São pessoas com algum poder financeiro sem vergonha que vivem sem pagar. Aliás, para terem acesso às casas para jovens vulneráveis usaram a sua personalidade política e profissional em detrimento de jovens anónimos vulneráveis na sociedade. 

Alguns devedores são dirigentes nas suas respectivas instituições.

Na segunda-feira, Moçambique parou para celebrar o Dia da Paz e da Reconciliação. Houve muitos discursos de ocasião só para fazer o boi dormir, porque duas organizações políticas dominantes no cenário político moçambicano nunca tiveram espírito de reconciliação.

O partido Frelimo sempre desprezou a RENAMO, mesmo não tendo conseguido derrotá-la durante 16 anos de guerra.

Membros da RENAMO são excluídos nos cargos de chefia e direcção em diversas instituições públicas ou do Estado.

Depois da governação de Joaquim Chissano, a situação piorou.

A intolerância para com elementos da oposição agravou-se.

Cargos de chefia e direcção são exclusivamente reservados e ocupados por pessoas com simpatias políticas com o partido Frelimo. Postos de emprego são atribuídos em primeiro lugar a militantes e familiares do partido. Esquemas de facilitação de emprego a militantes do partido foram denunciados no Município de Maputo e no Distrito de Marracuene onde houve tentativas de contornar concursos públicos de vagas.

Nepotismo, regionalismo e troca de favores económicos ou sociais em forma de sexo ou dinheiro tornaram-se práticas normais de acesso a emprego nas instituições públicas em Moçambique.

A RENAMO, por sua vez, não ajuda. Faz política no Parlamento por um lado e por outro mantem homens armados no mato.

Num verdadeiro Estado de Direito Democrático nenhum partido político tem homens armados no mato.

Entretanto, no Dia da Paz e da Reconciliação representantes das duas organizações fingiram que cada uma defende a paz e a reconciliação. (Corrupção e hipocrisia)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Corrupção e hipocrisia em Moçambique”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 06 de Outubro de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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