Crime e negócios tolerados
Crime e negócios tolerados – O volume de assuntos urgentes é muito grande.
Então, hoje vamos abordar dois assuntos para reduzir o volume: caso do jornalista dissidente saudita assassinado no interior do consulado do seu país em Istanbul, capital turca, e pedido de desculpas do editor do jornal Sunday Times por causa de notícias falsas publicadas pelo semanário sul-africano desde 2011.
O jornalista dissidente da Arábia Saudita exilado nos Estados Unidos da América, Jamal Khashoggi, foi assassinado no dia 2 do corrente mês de Outubro no consulado do seu país em Istanbul, capital da Turquia.
Khashoggi deslocara-se ao consulado para obter impressos visando tratar casamento com a sua namorada turca. Consta que elementos dos serviços secretos sauditas pegaram no homem para uma sala, fizeram-lhe interrogatórios, mataram-lhe e esquadrejaram o corpo.
O crime hediondo domina noticiários de canais internacionais ocidentais de televisão e o Presidente norte-americano, Donald Trump, despachou o seu chefe da diplomacia, Michael Richard Pompeo, a correr para Arábia Saudita para se inteirar do assunto.
Entretanto, Trump disse à televisão Fox que os Estados Unidos da América não iam impor sanções económicas contra o seu aliado para não perder petrodólares no negócio de armas avaliado em 110 mil milhões de dólares norte-americanos.
Para Trump, se Arábia Saudita deixar de comprar as armas Made in US vai adquirí-las na Rússia ou na China, o que pode afectar a economia americana.
O dinheiro paga todos os crimes, mas se o maior produtor mundial de petróleo fosse pobre, o inquilino da casa branca mandaria destruir com caças bombardeiros o palácio do rei saudita ou mesmo matá-lo como aconteceu com Saddam Hussein e Muammar Kaddafi, do Iraque e da Líbia, respectivamente, que ousaram desafiar o maior estado-polícia do Mundo.
Na África do Sul, o respeitado jornal Sunday Times vai devolver prémios de bom jornalismo ganhos por seus profissionais em artigos relativos à existência de alegado esquadrão de morte na província de KwaZulu-Natal e unidade vermelha na Autoridade Tributária.
Segundo o editor, os artigos foram produzidos com base em falsas declarações sem contraditório.
Muitos outros artigos exclusivos sobre assuntos sensíveis foram igualmente produzidos sem aplicar devida e profundamente as regras de jornalismo.
Mas muitas pessoas perderam empregos e ou estão em tribunal respondendo a assuntos mal reportados.
O Jornal Sunday Times pede desculpas. Que vergonha.
A credibilidade do semanário respeitado está em causa.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 17 de Outubro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE
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