Frelimo e Renamo comentam

Os principais partidos políticos de Moçambique, Frelimo e Renamo aproveitaram o primeiro dia da 8ª sessão da Assembleia da República para reiterar os seus posicionamentos perante a actualidade política nacional.

Com efeito, o partido Frelimo apelou hoje à Renamo para honrar o compromisso que assumiu em relação ao desarmamento do seu braço armado, defendendo a necessidade de uma paz duradoura no país.

“Esperamos que a liderança da Renamo seja fiel à sua palavra e ao compromisso assumido perante os moçambicanos, de depor, definitivamente, as armas”, declarou a chefe da bancada da Frelimo na Assembleia da República, Margarida Talapa.

Margarida Talapa assinalou que a desmilitarização do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) é essencial para a instauração de uma paz duradoura no país.

“O processo de desarmamento iniciado deve ser prosseguido e concluído com sucesso, devolvendo a esta pátria amada a tranquilidade, paz e harmonia, para que prossigam as acções de desenvolvimento”, enfatizou Margarida Talapa.

A chefe da bancada parlamentar da Frelimo defendeu que a presença no país de peritos internacionais para a supervisão da desmilitarização da Renamo oferece garantias de êxito no processo.

Membros da Renamo em plena campanha eleitoral na cidadeda Beira
Membros da Renamo em plena campanha eleitoral na cidadeda Beira

Por seu turno, a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, defendeu que o desarmamento da força residual do partido deve ser feito com seriedade e responsabilidade, no contexto de um processo de reconciliação nacional.

“Este processo deve fazer parte de um esforço mais vasto de reconciliação nacional e de despartidarização do Estado, bem como de tolerância política”, declarou Ivone Soares.

A chefe da bancada parlamentar da Renamo falou ainda das recentes eleições autárquicas, qualificando-as de “uma farsa”, acusando o partido Frelimo de “roubo” nas urnas com a ajuda das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

P-M, Carlos Agostinho do Rosário, fazendo campanha eleitoral em prol do partido Frelimo em Lichinga
P-M, Carlos Agostinho do Rosário, fazendo campanha eleitoral em prol do partido Frelimo em Lichinga

“A grande farsa eleitoral [ocorrida nas eleições autárquicas do dia 10 deste mês] é prova inequívoca de que o Estado moçambicano está capturado pelo partido Frelimo”, disse Ivone Soares, chefe da bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), falando na Assembleia da República.

Ivone Soares o partido Frelimo de se manter no poder através do “roubo” de votos, promovendo irregularidade deliberadamente.

“Tudo indica que a Frelimo não quer que haja eleições em Moçambique, quer governar roubando os votos que o povo deu à Renamo e aos outros partidos da oposição”, afirmou Soares.

O presidente moçambicano Filipe Nyusi anunciou no passado dia 06 de Outubro o início do processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo .

O acto marcou a chegada de nove peritos militares internacionais liderados pelo general argentino Javier Antonio Pérez Aquino, 58 anos, cuja mais recente missão consistiu em supervisionar, para as Nações Unidas, o desarmamento de guerrilheiros na Colômbia.

O processo de DDR que agora arranca é a segunda parte de uma negociação que o presidente moçambicano encetou no último ano com Afonso Dhlakama, após o cessar-fogo decretado por este em Dezembro de 2016.

A primeira parte levou a um acordo sobre a descentralização do poder, consumada em maio com alterações à Constituição e consequente adaptação das leis eleitorais – com as quais o principal partido da oposição ambiciona poder vir a disputar nas urnas a liderança de mais municípios e províncias do país.

Redacção

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