Criminalidade e xenofobia

A criminalidade e a xenofobia disputam protagonismo no campo da África do Sul, perante mais de sete mil milhões de espectadores em todo o Mundo, dos quais cerca de 57 milhões são sul-africanos.

As vítimas dos adversários semânticos da mesma estirpe social são estrangeiros vivendo legal ou ilegalmente na África do Sul.

O governo sul-africano considera que os estrangeiros, particularmente africanos, são vítimas da criminalidade e por outro lado diplomatas africanos defendem que os seus cidadãos vivendo na África do Sul são vítimas da xenofobia nas comunidades.

Desde 2008, mais de 70 pessoas foram brutalmente assassinadas em circunstâncias de criminalidade ou de xenofobia.

Em 2015 um cidadão moçambicano, de nome Emmanuel Sithole, foi assassinado por jovens sul-africanos no bairro de Alexandra, depois dos atacantes terem levado cigarros do imigrante moçambicano sem pagar.

A foto do ataque de Emmanuel Sithole correu o Mundo e o então presidente sul-africano Jacob Zuma disse à Nação que o imigrante moçambicano era ilegal na África do Sul, implícita referência de que estrangeiros ilegais podem ser alvos de roubo dos seus bens e mortos.

Esta segunda-feira a ministra sul-africana das Relações Exteriores e Cooperação, Lindiwe Sisulu, acompanhada pelo ministro da Polícia, Bheki Cele, e diplomatas africanos ficaram mais de uma hora fechados numa reunião em Pretória a discutir formas de estancar ataques contra estrangeiros.

Mas as duas partes ficaram encalhadas na definição dos termos criminalidade e xenofobia.

A ministra sul-africana recusou liminarmente dizer que o incidente que desalojou cerca de 300 estrangeiros, maior parte dos quais malawianos em Sydenham, cidade de Durban, tem motivação de xenofobia contra imigrantes.

No entanto, pediu para que as vítimas não abandonem a África do Sul de regresso ao seu país de origem.

Os estrangeiros são vítimas de violência física, verbal e material todos os dias na África do Sul.

Sul-africanos abusam estrangeiros, mas quando estes reagem são violentados e mortos.

A irmandade africana é uma ilusão dos políticos no poder que fazem o jogo de avestruz.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 04  de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE

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